Brasileiro cria óculos para cegos: descreve ambientes

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Por Só Notícia Boa
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Foto: Divulgação

Óculos para cegos. Claro, ele não devolve a visão, mas ajuda deficientes visuais totais ou com baixa visão a entender o que se passa sua em volta.

A invenção é  de Wallace Ugulino, aluno do Departamento de Informática do Centro Técnico Científico da PUC-Rio.

Ele criou, em sua tese de doutorado, óculos que fazem mapeamento e a descrição do local e dos objetos presentes.

O equipamento indica pontos de referência por meio do som e de vibrações emitidas por um cinto e uma luva.

No caso de pessoas cegas ou com deficiência visual, esse bloqueio aparece na ausência de pisos táteis, audiodescrições, textos em braile e outros recursos que garantem o pleno domínio do ambiente.

Além de impedir a inclusão real, essa exclusão representa um perigo, mesmo para quem já conquistou autonomia e independência.

Como funciona

Classificado como ‘wearable technology’ (tecnologia vestível), o equipamento transmite dados sobre locais mapeados, indica pontos de referência e facilita o reconhecimento de ambientes ao fornecer informações por um alto-falante e também por vibrações emitidas por um cinto e uma luva.

“A área de tecnologia assistiva ainda engatinha no Brasil. Precisamos investir mais no mobiliário urbano. Falta uma visão de que esse investimento não afeta somente cegos ou cadeirantes. Esses investimentos trazem mais segurança e conforto para todos e beneficiam também o turismo na cidade. Se a cidade pudesse ‘conversar’ com o wearable (equipamento) do indivíduo, nós poderíamos não só apoiar a mobilidade dos indivíduos com deficiência, mas também teríamos um conjunto de novas oportunidades de negócios: turismo, mobilidade urbana, produtividade, publicidade, etc”, diz o pesquisador.

Testes

A ferramenta está sendo testada por alunos do Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro.

“Na fase inicial da pesquisa, a programação foi restrita a ambientes internos, o que possibilitou testar a funcionalidade dos dispositivos com mais segurança para os voluntários.

A experiência no instituto consistiu em propor duas tarefas aos estudantes, que deveriam indicar em qual área do prédio estavam localizados o museu e a estátua de Dom Pedro II.

Ao caminharem pelos corredores, as vibrações emitidas pelos cintos e luvas indicavam que os usuários estavam passando por pontos de referência e os óculos forneciam informações verbalizadas sobre o ponto de referência encontrado, seja ela uma porta ou um objeto no caminho”, explica Ugulino.

Com informações do Estadão