Cerveja e palavrão para eliminar o estresse: Yoga da raiva

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Por Só Notícia Boa
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Foto: IStock

Já ouviu falar que xingar faz a pessoa se acalmar?

Em um pub de Calgary, no Canadá, um grupo de adeptos da Yoga está tentando fazer exatamente isso, ao praticar a Rage Yoga – a “yoga da raiva”, em tradução literal.

O novo conceito pega o ambiente zen da aula convencional e vira tudo de cabeça para baixo, incentivando os praticantes a gritar e soltar palavrões entre uma postura e outra, e a tomar uma cerveja depois.

Pode parecer absurdo, mas é verdade. O site dos organizadores da aula anuncia que os alunos devem se preparar para uma sessão de “linguagem chula, risadas e molecagens” para “melhorar a saúde e a forma física”.

A aula custa o equivalente a R$ 33 por hora, com direito a um desconto nas duas primeiras cervejas.

A ideia

A ideia veio da instrutora de alongamento e ioga Lindsay Istace, de 24 anos, quando ela se recuperava do fim de um namoro. “Eu estava muito magoada, irritada e confusa”, lembra.

Aos poucos, percebeu que os palavrões estavam fazendo parte da sua prática diária, entre um exercício e outro.

Os benefícios da ioga e da meditação já foram bem analisados e documentados pela Ciência.

São atividades que ajudam muitas pessoas a administrar o estresse, melhorar a concentração e conquistar uma vida mais saudável. Tanto que muitas empresas até incentivam essas práticas entre seus funcionários.

Mas xingar e soltar palavrões? Bem, há quem diga que as vantagens são surpreendentes.

Motivo

Estudos realizados nos Estados Unidos, na Grã-Bretanha, na Itália e na Nova Zelândia indicam que uma linguagem mais “pesada” ajuda a aumentar a tolerância à dor, nos faz parecer mais persuasivos no ambiente de trabalho e, dependendo do círculo social, cria uma sensação de solidariedade.

Istace afirma que a prática da Rage Yoga a ajudou a liberar sentimentos negativos em um ambiente seguro. “Passei dos gritos e xingamentos para o choro e, finalmente, voltei a rir de mim mesma”, conta.

“Quando você se permite (ter) um espaço para realmente se soltar, fica difícil se levar muito a sério ou encarar com gravidade os seus problemas”.

Depois de fazer piada sobre a ideia dessa nova “modalidade” de ioga com os amigos, a instrutora decidiu criar um workshop para apresentá-la em congressos e festivais. Foi um sucesso.

Logo em seguida, ela montou uma aula voltada apenas para executivos, ao fim do dia de trabalho. “Tudo começou como uma brincadeira, mas depois de algumas sessões, percebi que havia algo interessante aqui”, diz Istace. “As pessoas estavam realmente se conectando com o conceito.”

Como é

A aula começa com um momento de calma em que a professora pede aos alunos para “se libertarem de todas as merdas vividas durante o dia”.

Os palavrões vão sendo incorporados ao longo da sessão. No final, em vez de dizerem a saudação em sânscrito “namastê” (forma de reverência tradicional entre praticantes da yoga), as pessoas são convidadas a repetir: “F…, yeah!” (Algo como “que se f…”).

E a jovem canadense não é a única a apostar na ideia. Jason Headley, escritor e diretor em San Francisco, nos Estados Unidos, criou no YouTube o vídeo F*ck That: An Honest Meditation (“F…-se: uma meditação honesta”), depois de ouvir uma gravação de meditação guiada junto com sua esposa.

“Não acreditei na voz ‘tranquilizadora’ do locutor. Comecei a usar esse tom a toda hora, só de brincadeira. Um dia minha mulher estava superchateada e eu disse a ela, com a tal voz: ‘Reconheça para você mesma que toda essa m… nada mais é do que a p… de uma grande m…’. Ela riu muito e nos demos conta de que isso podia ser algo legal”, conta ele.

Headley escreveu o roteiro para o vídeo e gravou sua própria locução. No ar desde julho do ano passado, o filme já foi visto mais de 7 milhões de vezes.

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Com informações da BBC