Acordo de paz histórico é anunciado por Colombia e Farc

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Por Só Notícia Boa
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O conflito que já deixou 260 mil mortos, 45 mil desaparecidos e 7 milhões de deslocados está com os dias contados.

O governo colombiano e as FARC, Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia anunciaram terem chegado a um consenso para assinar seu histórico e aguardado acordo de paz definitivo.

Celebrado por analistas e criticado por políticos da oposição, o pacto será referendado em 2 de outubro.

“Chegamos a um acordo final, integral e definitivo para o término do conflito — disse Rodolfo Benítez, representante da mediação cubana, durante coletiva em Havana.

As complicadas negociações se arrastam por quatro anos.

Para as Farc, o pacto é “a ida um porto seguro”:

“Acabou a incerteza. Chegamos a acordos que nos dão garantias mínimas para levar adiante nosso ideal”,  comemorou o líder das Farc, Timoleón Jiménez, o Timochenko.

O pacto vem após acordos em questões como a entrega de armas pela guerrilha e o estabelecimento de um tribunal por crimes de guerra.

Com o consenso final, os lados chegarão a um ponto comum sobre a desmobilização da guerrilha, reparação a vítimas e reintegração dos rebeldes na sociedade civil.

Como parte do acordo definitivo, foram asseguradas ainda uma reforma de áreas rurais sob poder das Farc, sua participação política, o compromisso por um cessar-fogo bilateral, o consenso de que sua ratificação se dará através de um plebiscito popular.

“Tenho certeza de que é o melhor acordo possível. Os colombianos decidirão se estamos certos”, disse o negociador-chefe do governo, Humberto de la Calle.

“As Farc sairão da luta armada e começarão um caminho como grupo político. Os inimigos da paz são aqueles que encheram as redes sociais de falácias e mitos”.

Referendo

Agora, o governo espera convocar a consulta assim que os acordos forem publicados formalmente.

Primeiro, o presidente Juan Manuel Santos enviará ao Congresso o anúncio do acordo para então receber aval à realização do referendo.

Santos e Timochenko devem assinar as firmas protocolares no fim de setembro.

Até lá, é obrigatório que estejam ajustadas questões como a escolha das comissões de representantes dos dois lados e da ONU para formar as comissões de paz, justiça e desarme.

“Hoje começa o fim do sofrimento, da dor e da tragédia da guerra”, disse Santos, garantindo que as Farc terão participação mínima assegurada no Congresso.

“Terminada a negociação e concluído o acordo, fica nas mãos de vocês, de todos os colombianos, decidir com o voto se apoiam este acordo histórico que põe fim ao longo conflito”.

Com informações de OGlobo