Um sistema criado no Brasil é capaz de filtrar 97% da pornografia e 80% do material de violência exibidos nas telas de celulares, computadores e tablets.
Ele foi desenvolvido em parceria entre pesquisadores do Samsung Research Institute Brazil, o IC (Instituto de Computação) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Como
No novo método, os pesquisadores buscaram a combinação do uso de informações estáticas e de movimento com uma metodologia de aprendizado de máquina conhecida como deep learning ou “aprendizagem profunda”.
Com isso, a solução que o grupo desenvolveu extrai um quadro por segundo de cada vídeo que é acessado em tempo real em celular ou computa- dor.
Os quadros com as imagens estáticas são em seguida analisados aplicando-se o método de classificação de descrições do que é permitido e do que é pornográfico.
Ao mesmo tempo, a sequência de quadros analisados fornece os elementos para sequenciar os movimentos dos objetos e pessoas presentes na cena.
Dependendo do tipo de movimento, o vídeo é bloqueado.
O processo de criação da tecnologia durou 27 meses.
Pornografia e violência
“Para a detecção de pornografia, os testes foram realizados em um conjunto de dados contendo aproximadamente 140 horas sendo 1 mil vídeos pornográficos e 1 mil vídeos não pornográficos”, explica a pesquisadora do IC da Unicamp, Sandra Avila.
“Filtrar cenas de violência, por ser mais subjetivo, é um problema mais difícil comparado à pornografia. Devido a essa subjetividade e os diferentes conjuntos de dados, a eficácia da nossa solução para filtrar cenas de violência está em torno de 80%”, conta Sandra.
Ajudar a policia
A solução para filtrar conteúdo pornográfico está sendo adaptada para outros tipos de conteúdo sensível.
O grupo fez uma parceria com a Polícia Federal para desenvolver uma ferramenta pra detectar pornografia infantil
“Temos hoje uma solução que identifica 88% do conteúdo pornográfico infantil em imagens. Para dar uma ideia da importância do resultado, o melhor resultado alcançado pelas ferramentas forenses testadas foi 58%”, relata a pesquisadora.
Com informações do UOL e AgênciaFapesp