Time de futebol gay: alegria contra preconceito

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Por Só Notícia Boa
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Foto: reprodução / Facebook Unicorns||

Um time de futebol gay, criado para jogar com diversão e alegria, está “causando”em São Paulo.

É o Unicorns Futebol Clube. A equipe amadora, formada por 50 pessoas LGBTs, já existe há quase 2 anos e joga no Ipiranga, na zona sul da capital.

Os atletas dizem que o jogo, apesar de sério, é uma farra. Eles trocam beijos, exibem chuteiras estilizadas em cores reluzentes e soltam seus “arrasou veado!” ou ” você foi maravilhosa, bicha”, quando alguém faz um gol.

“O que predomina aqui é o espírito do unicórnio, que remete à diversão, a essa coisa nada a ver com um time convencional”, disse à Folha o diretor de arte Bruno Hist, de 29 anos.

As regras básicas são 3:

1) não precisa ser bom de bola, basta querer se divertir;

2) dar oportunidade e incentivo para gays que gostam de futebol, mas foram e são excluídos do esporte na escola ou em seus ambientes de trabalho;

3) ocupar um espaço social ainda basicamente dominado por homens heterossexuais.

Preconceito

O time é uma oportunidade para gays que gostam do esporte mas eram postos de lado na escola.

“Demos um basta ao trauma de ser o último escolhido no time da escola, no bullying que sofremos por não jogarmos bem”, disse o engenheiro de produção Rafael Marini.

“Hoje em dia, é pouco provável que impeçam um gay de jogar entre héteros, mas sempre fica aquele clima de indireta sobre você, uma brincadeira pejorativa, uma piada, principalmente se fizer algo errado. Por isso achei essa iniciativa do time muito legal e saudável”, afirma.

Torcida

O Unicorns já conta com torcida e fãs. São maridos e namorados dos jogadores que frequentam os treinos e jogos semanalmente.

Eles se autoapelidaram de “bearleaders”, uma mistura de “cheerleader”, líderes de torcidas de times americanos com ursos, um tipo específico dentro da comunidade gay, que são pessoas mais parrudas, fortes, peludas.

Jogo contra heteros

Dizem que futebol é coisa pra macho. Os jogadores do Unicorns Futebol Clube discordam, claro e já ganharam de times formados por heteros.

“Tivemos uma experiência ruim de jogar contra um time hétero certa vez. O problema é que eles ficaram tensos e agressivos porque seria, na cabeça deles, uma vergonha perder para gays. O clima não foi bom e gerou uma rivalidade boba. Então, por enquanto, jogamos entre nós”, conta o advogado Filipe Marquezin, 31, líder do grupo.

Quem joga sabe que provocações existem em todos os jogos, muitas vezes para desestabilizar o adversário. Com eles não é diferente, mas eles encaram com bom humor.

“Às vezes alguns olham feio, fazem uma piadinha, mas nada fora dos limites. Sermos muitos também ajuda. Quem vai encarar todas nós?”, brinca o gerente financeiro Daniel Lovizzaro, 36, não perde nenhuma partida do marido, o advogado Rodrigo Nascimento, 27.

Copa América Gay

O sucesso da equipe tem sido tão grande que já há conversas com times LGBTs da Argentina e do México para, no futuro, tentarem fazer uma Copa América Gay.

O time tem uma página no Facebook para quem quiser se inscrever e jogar.

Foto: reprodução / Facebook

Foto: reprodução / Facebook

Com informações da Folha