Boa notícia para grávidas que andaram preocupadas com a onda do vírus Zika no Brasil.
Cientistas chineses conseguiram deixar o zika vírus inativo em camundongos, bloqueando a entrada dele nas células por meio de uma molécula.
Este é o primeiro passo para um tratamento, que poderá ser ainda mais eficaz para proteger grávidas de serem infectadas.
O artigo foi publicado nesta semana na Revista “Nature Communication” pelos autores Yufeng Yu e Shibo Jiang, e a pesquisa foi coordenada por Lu Lu, ambos da Universidade Fudan, de Xangai.
O zika, que é transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti, pode causar microcefalia congênita em fetos quando houver o contágio da mãe, gestante.
A técnica
A técnica chinesa inibiu o vírus em fetos e em fêmeas prenhas de camundongos.
Eles usaram peptídeos que são moléculas orgânicas para atacar o vírus.
Os peptídeos são formados pela ligação de dois ou mais aminoácidos, os “tijolos” dos quais são feitas as proteínas.
O uso do peptídeo sintético derivado da região do caule da proteína do envelope que cobre o zika, designado Z2, inibe a infecção e outros flavivírus in vitro.
Eficaz em grávidas
A nova arma, Z2, interage com a proteína na superfície do vírus e afeta a integridade da membrana.
O peptídeo sintético pode passar pela barreira da placenta e penetrar os tecidos do feto, como demonstrado em roedores.
O Z2 protegeu contra a infecção pelo vírus e com isso, mostrou potencial para ser desenvolvido como tratamento antiviral contra a infecção pela zika em populações de alto risco, particularmente grávidas.
Já existem alguns compostos feitos com pequenas moléculas que podem ser usados para inibir a infecção, mas ainda não havia segurança para grávidas.
Há também um anticorpo (o ZIKV-117) que pode neutralizar algumas cepas do vírus, mas o alto custo pode limitar sua aplicação em países em desenvolvimento, como o Brasil, segundo os chineses.
Os cientistas dizem que o mecanismo pelo qual o peptídeo derivado do vírus pode inibir a infeção ainda não está claro, mas afirmam que ele tem “excelente perfis de segurança e farmacológicos”.
Com informações da Folha/Uol