Tratamento francês cala “vozes” que esquizofrênicos ouvem

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Por Só Notícia Boa
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Foto: Pixabay

Uma descoberta feita na Europa pode mudar o tratamento da esquizofrenia, um transtorno que distancia o paciente da realidade.

Cientistas da Universidade de Caen, na França identificaram a parte do cérebro onde ficam as “vozes” que atormentam pacientes que sofrem de esquizofrenia.

Eles conseguiram silenciar parcialmente essas “vozes” com um tratamento à base de pulsos magnéticos.

No estudo – apresentado este mês em uma conferência do European College of Neuropsychopharmacology, na França –  35% dos pacientes tratados com pulsos magnéticos no experimento clínico disseram sentir um alívio “significativo” das “vozes”.

“Agora podemos dizer com alguma certeza que encontramos uma área anatômica específica do cérebro associada com as alucinações auditivas na esquizofrenia”, declarou a psiquiatra e líder do estudo Sonia Dollfus, da Universidade de Caen, na França.

“Mostramos que o tratamento de alta frequência TMS (Estimulação Magnética Transcraniana, significado da sigla em português) faz diferença, pelo menos, para alguns pacientes.”

Os resultados dos testes ainda não foram publicados, mas foram aceitos pela revista científica Schizophrenia Bulletin: The Journal of Psychoses and Related Disorders e passarão por um processo de revisão antes de serem divulgados.

A pesquisa

O experimento avaliou 26 pacientes com esquizofrenia, que receberam o tratamento ativo TMS.

Outros 33, com o mesmo transtorno, foram tratados apenas com placebo, compondo o grupo controle.

O primeiro grupo recebeu uma série de pulsos magnéticos em duas sessões ao dia, por dois dias, no lobo temporal associado com a linguagem.

Duas semanas depois, os participantes avaliaram as “vozes” que costumavam ouvir e mais de um terço dos pacientes que experimentaram o tratamento TMS relataram uma melhora “significativa”.

No entanto, mais pesquisas precisam ser feitas para confirmar a utilidade da TMS como um tratamento no longo prazo.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a esquizofrenia afeta mais de 21 milhões de pessoas ao redor do mundo.

Com informações da AFP e Veja