Temer desiste do decreto que ameaçava reservas no AM: pressão

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Por Só Notícia Boa
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Amazônia - Foto: reprodução / PortalBrasil

A pressão de ambientalistas e da classe artística deu certo. O presidente Michel Temer decidiu anular o decreto que extinguiu a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca) e poderia ameaçar a região.

No final de agosto, ele havia assinado um decreto que acabava com a área e a decisão repercutiu mal na mídia internacional.

O novo decreto, anulando o primeiro, será publicado nesta terça, 26 no Diário Oficial da União.

Para o Planalto, houve falta de clareza sobre os efeitos da extinção. No entanto, o tema continuará na pauta do governo. O próximo passo será a realização de uma consulta pública, ainda sem data prevista.

Motivo

Em nota, o Ministério de Minas e Energia (MME) disse que as razões que levaram a pasta a pedir a extinção da reserva continuam presentes e defende mais debate sobre o tema.

“O país necessita crescer e gerar empregos, atrair investimentos para o setor mineral, inclusive para explorar o potencial econômico da região”, diz o texto divulgado após o anúncio do Palácio do Planalto.

“O MME reafirma o seu compromisso e de todo o governo com a preservação do meio ambiente, com as salvaguardas previstas na legislação de proteção e preservação ambiental, e que o debate em torno do assunto deve ser retomado em outra oportunidade mais à frente e deve ser ampliado para um número maior de pessoas, da forma mais democrática possível.”

A Renca

A área de proteção foi criada em 1984 pelo governo de João Figueiredo, último presidente do período militar.

Na ocasião, foi definida a proteção da área de 47 mil quilômetros quadrados (km²), incrustada em uma região entre os estados do Pará e do Amapá.

Desde então, pesquisa mineral e atividade econômica na área passaram a ser de responsabilidade da Companhia Brasileira de Recursos Minerais (CPRM – Serviço Geológico Brasileiro) ou de empresas autorizadas pela companhia.

Além do cobre, estudos geológicos apontam a ocorrência de ouro, manganês, ferro e outros minérios na área.

Gisele Bündechen

A top model brasileira Gisele Bündchen foi uma das personalidades que protestaram contra o decreto presidencial.

Ela virou uma protagonista da luta pela preservação da Floresta Amazônica nas redes sociais e em apresentações públicas como aconteceu na abertura do Rock in Rio 2017.

A modelo se posiciona e apela às autoridades por uma maior consciência ambiental.

Como reconhecimento por esse trabalho, Gisele ganhou o prêmio Eco Laureate durante o Green Carpet Fashion Awards, evento que marcou o encerramento da Semana de Moda de Milão no último fim de semana.

Com informações da AgênciaBrasil e da Veja