Você tem uma startup – empresa nova, embrionária em fase de constituição, com projetos promissores – e quer morar em Portugal? Esta é a sua chance e nem precisa falar outro idioma.
Sim, Portugal dará vistos especiais de residências a quem quiser empreender no país, como já fez a Nova Zelândia* (veja abaixo).
O programa Startup Visa, um visto de residência para empreendedores anunciado nesta semana, pretende atrair capacidade de inovação, investimento e talento para terras portuguesas.
Portugal está atrás de pessoas que têm ou querem criar negócios de tecnologia inovadora e potencial de escalabilidade.
O anúncio
A novidade foi apresentada durante o congresso Web Summit 2017, evento de inovação e tecnologia que reuniu cerca de 60 mil visitantes e milhares de investidores.
O Ministério da Economia de Portugal informou em comunicado que o programa Startup Visa é “um dos mais inovadores a nível europeu para atração e captação de talento internacional”.
Inscrições e requisitos
As inscrições para conseguir um visto de residência para criar ou mover sua startup para Portugal começam no dia 1º de janeiro de 2018, em uma plataforma ainda a ser inaugurada.
Os requisitos para a inscrição são:
- ter projetos centrados em conhecimento e tecnologia, com perspectiva de desenvolvimento de produtos inovadores;
- ter potencial para criação de emprego qualificado e
- ter potencial para atingir, três anos após o período de estabelecimento, um valor de 325 mil euros ou um volume de negócios acima de 500 mil euros por ano.
A avaliação do potencial econômico e inovador de cada startup é feita com base em critérios como capacidade da equipe de gestão, escalabilidade do negócio, grau de inovação, potencial de criação de emprego qualificado em Portugal, potencial de mercado e a relevância do requerente na equipe.
Benefícios
Os empreendedores selecionados poderão se beneficiar, além do visto de residência, dos apoios e incentivos da rede Startup Portugal, incluindo possíveis incubações – abrigar novos negócios que se destacam como inovadores e promissores no mercado.
As incubadoras receberão os projetos que sejam considerados relevantes após sua inscrição na futura plataforma.
“Este programa pretende reforçar o ecossistema de inovação e afirmar Portugal como um país aberto ao empreendedorismo e a todos que com o seu conhecimento e capacidade de inovação podem trazer investimento à economia portuguesa, capaz de reforçar e potenciar os recursos humanos qualificados nacionais”, escreve o Ministério da Economia no mesmo comunicado.
“Acreditamos num país aberto ao investimento, aberto aos empreendedores e aberto às empresas. Achamos que a abertura é a chave para o crescimento e para uma sociedade cosmopolita”, declarou o ministro português da Economia, Manuel Caldeira Cabral, ao jornal português Correio da Manhã.
“Se tiverem um bom projeto e for validado, são muito bem-vindos [a Portugal] e têm residência”, garantiu.
Há alguns anos Lisboa se tornou um hub para aceleradoras, incubadoras e criativas e tecnológicas.
O ecossistema português de Scaleup – empresas que sustentam um rápido crescimento por um longo período de tempo e com modelo de negócios escalável – já tem uma taxa de crescimento duas vezes maior do que a média europeia, segundo o VentureBeat.
*Nova Zelândia
Em fevereiro deste ano o governo da Nova Zelândia lançou um programa de bolsas, chamado Edmund Hillary Fellowship, para dar visto de três anos a que inovadores que consigam colocar suas ideias em prática.
Se seu projeto for bem sucedido, é possível se candidatar para obter residência permanente na Nova Zelândia.
Todo semestre, até 50 empreendedores/investidores de diversos países e 10 da Nova Zelândia serão selecionados para a bolsa.
O nome da bolsa é em homenagem à Edmund Hillary, a primeira pessoa a escalar o monte Everest.
Com informações da Exame