Deram 6 meses de vida pra ela. Há 2 anos câncer está em remissão

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Por Só Notícia Boa
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Emily após a imunoterapia Foto: Reprodução Daily Mail|Emily ao centro com a família

Uma imunoterapia experimental salvou a vida de uma mulher com câncer que, de acordo com médicos, teria apenas 6 meses de vida.

Mas a sentença fez a moradora do Kansas, nos Estados Unidos, procurar uma imunoterapia experimental e ela está há 2 anos em remissão da doença.

Aos 34 anos, Emily Dumler já tinha desistido de planejar a vida, depois de dois tratamentos de câncer fracassados.

“É o futuro da medicina, mas não é um passeio no parque. É realmente estranho pensar que sou sobrevivente de câncer”, disse Emily.

História

Ela foi diagnosticada com linfoma não-Hodgkin em estágio três, em outubro de 2013. Hoje está com 36 anos e animada com a recuperação.

Os sintomas do linfoma não-Hodgkin incluem febre, gânglios linfáticos alargados, perda de peso e falta de ar. No entanto, Emily não experimentou nenhum desses sintomas.

“Eu não tinha sinais”, disse ela. “Nem uma coisa que eu pudesse identificar”.

Emily, que é a diretora de educação religiosa da Igreja do Sagrado Coração, disse que o único sinal que ela tinha era um estômago irritado, que ocorreu no dia em que foi internada em um hospital local.

No entanto, ela notou uma quantidade significativa de sangue em suas fezes.

Emily ficou no hospital por 43 dias porque tinha púrpura de trombocitopenia imune (ITP) – uma condição caracterizada por baixos níveis de plaquetas, células sanguíneas que previnem o sangramento.

Durante esse período de tempo, os médicos realizaram uma série de testes e tratamentos, incluindo 50 transfusões de sangue, esteróides e uma esplenectomia, procedimento que remove o baço.

Emily fez quimioterapia para estimular a contagem de plaquetas na esperança de que isso ajudasse seu coágulo em sangue, para evitar hemorragias internas.

Foi então que os os médicos a diagnosticaram com linfoma não-Hodgkin.

Após seis rodadas de quimioterapia, entre outubro de 2013 e janeiro de 2014, o linfoma não-Hodgkin – que estava localizado no intestino delgado – entrou em remissão.

Mas durante uma colonoscopia de rotina em agosto de 2014, os médicos descobriram que o câncer havia retornado.

“Fiquei devastada”, disse Emily.

6 meses de vida

Em janeiro de 2015, ela foi ao MD Anderson Cancer Center, no Texas, para receber um transplante de células-tronco, um tratamento usado para pacientes cujo linfoma reapareceu, ou não respondeu adequadamente ao tratamento.

Para o procedimento arriscado, Emily fez altas doses de quimioterapia para matar todas as células cancerosas.

Em seguida, eles colocaram células-tronco – que foram coletadas de sua medula óssea semanas antes do tratamento – de volta ao corpo para “atualizar o sistema imunológico”, permitindo que a medula óssea produzisse novas células sanguíneas “, contou.

No entanto, em abril, ela descobriu que o transplante não funcionou.

“Nesse ponto, você está meio sem opções”, disse.

Emily foi informada que tinha apenas seis meses de vida.

Sentindo-se sem esperança, ela parou de fazer planos com a família.

“Eu não queria abandonar a esperança, mas ao mesmo tempo me sentia sem esperança”, disse ela.

Imunoterapia

Em maio de 2015, o médico de Emily lhe disse que a única chance de sobrevivência era um estudo clínico que usava um tipo de imunoterapia chamada CAR-T (terapia com receptor de antígeno quimérico) para tratar o câncer.

Após algumas pesquisas, ela percebeu que o teste clínico de imunoterapia seria aberto na semana seguinte no MD Anderson Center.

“Esta foi a primeira vez que eu senti esperança. Fiquei feliz em ter algo que parecia promissor”.

A terapia CAR-T envolve a remoção das células T de um paciente e a engenharia genetica para reconhecer e atacar os tumores do paciente. Depois, as células T são colocadas de volta no corpo do paciente.

As células dela foram então enviadas para um laboratório na Califórnia para que os cientistas pudessem fazer uma re-engenharia das células T com receptores que se ligam a proteínas específicas do câncer.

“Esses receptores procuram células cancerosas no corpo que podem se esconder do sistema imunológico”, explicou Emily.

Depois que os receptores as caçam, eles as destroem.

“Foi um momento difícil para sentar e esperar. Eu estava me deteriorando e com muita dor”.

Em seguida as células tratadas foram introduzidas no sangue da paciente.

Emily tornou-se o terceiro paciente a receber o tratamento de imunoterapia para o linfoma não-Hoddkins.

Embora isso tenha dado a Emily uma nova esperança, não foi um processo fácil.

Emily ao centro com a família

Emily ao centro com a família

Efeitos colaterais

“A beleza da imunoterapia é aproveitar seu próprio sistema imunológico para combater o câncer”, disse ela. “Mas vem com sérios efeitos colaterais”.

Esses efeitos incluíram febre alta, dificuldade, neurotoxicidade, baixa pressão arterial e alta freqüência cardíaca. Como se ela tivesse um caso severo de gripe.

No entanto, o sintoma mais assustador que experimentou foi perda de função cognitiva.

“[Os médicos] me pediram para escrever sobre o que eu gostava e eu escrevi pensando que eu tinha respondido a pergunta, mas era um monte de rabiscos.”

Este efeito colateral durou cerca de 36 horas, mas na época os médicos não sabiam o que esperar, já que o tratamento era experimental.

Um mês depois, ela voltou ao Texas para exames e revelou que estava em completa remissão.

Milagre

Os médicos estão chamando a cura de Emily como um milagre e acreditam que a imunoterapia poderá ser o futuro do tratamento do câncer.

Emily está livre da doença há mais de dois anos graças ao tratamento e as falhas consecutivas nos transplantes de célula-tronco.

“O transplante de células-tronco não funcionou, mas na verdade tudo correu para o meu benefício”.

Com informações do Daily Mail