Jovem que criou plástico de maracujá será 1ª brasileira a assistir Nobel

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Por Só Notícia Boa
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FFoto: Reprodução Instagram

Juliana Davoglio se tornou a primeira jovem brasileira da história a ser selecionada para acompanhar uma cerimônia do Prêmio Nobel.

Ela foi a aluna que criou o plástico feito a partir da sobra de Maracujá, como mostramos aqui no SóNotíciaBoa.

A invenção rendeu a Juliana o prêmio Jovem Cientista de 2018. Além disso, ela também desenvolveu um estudo sobre a transformação da casca de macadâmia em substrato para microorganismos com o intuito de produzir energia e celulose.

O projeto foi apresentado no 33ª MOSTRATEC, maior feira de ciências de escolas da América Latina. Na ocasião, a feira foi realizada no estado de Juliana, em Novo Hamburgo (RS).

Com isso, ela foi selecionada para representar o País no Seminário Internacional de Jovens Cientistas de Estocolmo, Suécia.

A viagem será em dezembro de 2019, com apresentação de seu projeto no país, visitação a faculdades suecas, à família real sueca e ida à cerimônia do prêmio científico mais importante do mundo, o Prêmio Nobel.

Escalada

Natural de Osório, região litorânea do Rio Grande do Sul, Juliana Davoglio Estradioto tem apenas 18 anos e um currículo de peso: já faturou 11 prêmios científicos nacionais e internacionais, mais de 30 menções e votos de congratulações, participou de feiras de ciência nos Estados Unidos,

Seu primeiro contato com os laboratórios ocorreu em 2015, quando ingressou no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) para cursar o ensino médico técnico em administração.

Na época, participou de um trabalho sobre a agricultura da sua região, onde há vasta produção de maracujá.

“Nessas visitas, percebi que os resíduos gerados não tinham destinação correta”, declara. Naquele momento, resolveu desenvolver um projeto para amenizar o problema.

Flor de maracujá

A solução encontrada foi a produção de um filme plástico biodegradável (FPB) que substitui embalagens plásticas das mudas de plantas.

O produto, feito a partir de cascas de maracujá, leva cerca de 20 dias para entrar em decomposição e contribui com a redução da poluição do meio ambiente.

O projeto rendeu à Estradioto o primeiro lugar na categoria Ensino Médio do Prêmio Jovem Cientista 2018, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Durante a cerimônia da premiação, que ocorreu em outubro de 2018 em Brasília, a gaúcha não conteve a emoção.

“Foi indescritível. Não é fácil fazer pesquisa, ainda mais quando tu estás no ensino médio e não tem nenhum recurso destinado para isso”, desabafa. “Precisa de muito esforço e dedicação. O reconhecimento mostra que valeu a pena e que estou no caminho certo.”

O estudo foi desenvolvido com orientação da professora Flávia Santos Twardowski Pinto, a quem a gaúcha faz questão de agradecer.

“Ela é brilhante, sempre me estimulou muito. Minha mãe também é incrível e inspiradora. Uma verdadeira guerreira”, orgulha-se.

O plástico de maracujá, por enquanto, é apenas um experimento. A jovem cientista ainda precisa analisar se é viável patentear do produto. “Quero testar como seria o processo em larga escala, pois o método de produção é custoso”, explica.

O estudo ganhou ainda um local especial na pele da jovem: uma tatuagem de flor de maracujá, no braço esquerdo. “Esse projeto foi um divisor de águas, transformou a minha percepção de mundo”, revela.

“O maracujá é uma das minhas frutas favoritas. Adoro o suco, pois sou uma pessoa elétrica e tomo para me acalmar.”

Com informações da Revista Galileu

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