Rally leva consultas e óculos a comunidades do sertão

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Por Só Notícia Boa
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Foto: Reprodução FSP

Os participantes de um Rally levaram consultas oftalmológicas e óculos de graça para crianças e idosos de de baixa renda que vivem nos municípios do sertão nordestino, por onde a corrida passou.

Criado há 31 anos, o rally Piocerá/Cerapió é uma das maiores competições off-road do país. Participaram pilotos de oito países, além de competidores de 24 estados brasileiros.

Durante o rally que percorre Piauí, Maranhão e Ceará, o projeto “De Olho na Trilha” deu atendimentos à comunidade.

“Tinha gente que não conseguia ler e quando colocou o óculos foi aquela alegria. Afetou até a autoestima. Morador que nunca tinha ido ao médico e foi atendido”, diz o líder comunitário do Zundão, Francisco Neto da Silva, 51.

Ele conta que a população tem que ir até a capital do estado para conseguir consulta oftalmológica.

A trabalhadora rural Maria dos Reis da Silva, 67, do assentamento Poços dos Negros, também em Altos, agradeceu a ação voluntária: seus óculos não lhe serviam mais, contou à equipe.

Para Vieira Neto, um dos momentos mais emocionantes foi o atendimento a uma garota de 12 anos.

Ela tinha perdido a visão de um olho por causa de um verme e estava com a outra visão comprometida. Ao final da ação, foi recuperada.

Entre os dias 21 e 25 de janeiro, a comunidade Mimbó de remanescentes de escravos foi beneficiada.

Segundo o médico voluntário Samuel Gonçalves, o projeto ajuda na prevenção das doenças oculares. Ele relata que as principais detectadas são catarata, glaucoma, astigmatismo e miopia.

Tinha gente que não conseguia ler e quando colocou o óculos foi aquela alegria. Afetou até a autoestima.

História

Há dez anos, os trilheiros doam alimentos para instituições filantrópicas. Esta é uma obrigação para se inscrever na competição.

A partir de 2010, começaram a bancar consultas oftalmológicas a crianças, adolescentes e idosos na trilha do rally, a doar óculos para casos simples e as família também  ganham cestas básicas.

Os mais graves, que precisavam de cirurgias, eram indicados a se deslocar para cidades maiores, por conta própria na maior parte das vezes.

Mas, a partir deste ano, o projeto começou também a facilitar o caminho para operações, como as de catarata. O grupo deve realizar cirurgias em Teresina e buscar apoio da prefeitura no transporte.

8 mil atendidos

Em oito anos, foram mais de mil atendidos.

O De Olho na Trilha começou por Delfino Vieira Neto, 47, empresário do ramo de óculos e amigo do fundador do rally. Ele gasta cerca de R$ 15 mil por ano no projeto.

Os locais são definidos durante o levantamento da trilha, com prioridade aos povoados mais carentes. Já foram tratados pacientes de assentamentos, zona rural e comunidade quilombola.

São cerca de 120 a 150 consultas e distribuições de óculos por ano.

Os moradores escolhem as armações e um mês depois elas são entregues com as lentes.

Os atendimentos acontecem onde for possível, até mesmo dentro da igreja, como ocorreu no rally passado na comunidade Zundão, próximo a Altos (PI), a 38 quilômetros de Teresina.

Criador foi salvo pelo projeto

O fundador do rally foi salvo pelo projeto. Ehrlich Cordão, 60, descobriu por acaso um câncer no olho.

Ao acompanhar o projeto em janeiro do ano passado, o oftalmologista Samuel Gonçalves, 44, achou estranha a vermelhidão no olho de Cordão.

Após fazer uma análise rápida, o médico lhe fez um alerta e pediu que procurasse um especialista. Depois de uma biópsia, veio a constatação de um câncer no olho direito.

“Acho que aquele alerta de Samuel foi uma bênção”, lembra Cordão.

Com cirurgia e quimioterapia, Cordão ficou quase um mês cego. Foram três meses sem sair de casa, proibido de ler, assistir televisão e evitar radiação solar. Após o tratamento, um alívio, seu olho estava curado do câncer.

 

Com informações da Folha de SP

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