Publicitário se oferece para escrever cartas de amor e perdão

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Por Só Notícia Boa
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Foto: Natalia Filippin/G1

Um publicitário de 29 anos está escrevendo cartas gratuitamente para ajudar a população a se livrar do receio de colocar ideias e sentimentos em palavras.

O paranaense Igor Francisco faz o trabalho na Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba e em dois meses ele já escreveu mais de 20 cartas de amor e perdão, de saudade, de reconciliação.

“Não são só palavras, são vidas, sentimentos, saudade, dor. São pequenos rascunhos que podem, sim, transformar pequenas realidades. Não estou salvando o mundo da fome, mas estou com o meu dom ajudando as pessoas a terem coragem de se manifestar por meio do que já têm, por meio da própria vida”, disse ao G1.

Uma carta que marcou o publicitário, foi a de um irmão para outro. Eles tinham se afastado porque o mais velho teve problemas sérios com drogas, o que gerou problemas familiares. Entretanto, o mais novo queria muito retomar o contato, pois tinha no irmão mais velho um grande amigo.

“Eu percebi que valia continuar o trabalho depois que esse irmão me mandou uma mensagem falando que eles tinham voltado a se falar, após entregar a carta de perdão, e que ele era eternamente grato por isso”, contou Igor.

Outra que mexeu com ele foi a de uma senhora, de nome Rosângela, que foi impedida de se casar com o primeiro amor e foi obrigada a ficar com outro rapaz escolhido pelo pai dela.

Ela viveu 36 anos na infelicidade e, no dia exato em que se divorciou, encontrou aquele primeiro amor nas ruas de Curitiba.

“Nesse dia, ela me fez escrever uma carta sobre a história, sobre como por todos esses anos ela nunca deixou de amá-lo. Foi mágico porque o destino é muito louco, não é?! Essas histórias existem, e que bom que eu posso ajudar a contá-las”, disse Igor.

Igor também ajudou um rapaz de Minas Gerais a escrever para uma antiga namorada.

“Tempos depois ele me mandou uma mensagem falando que eles já tinham viagem marcada para se verem. Isso não tem preço”, relatou.

“É um bate papo, uma troca de experiências. A pessoa me conta sobre o que quer que escreva e para quem. Faço um rascunho e em casa redijo e envio por e-mail ou redes sociais. Busco perceber como a pessoa é, se utiliza gírias, se ela é mais fechada. Ao enviar destaco: esse texto agora é seu, eu quero que você o transforme o quanto quiser. Isso faz com que a pessoa pratique a escrita, que é o meu objetivo principal. “, explicou Igor.

Paixão antiga

Igor contou que a paixão pela escrita vem desde pequeno.

A mãe dele gostava tanto que fez carteirinha fidelidade para ela e os quatro filhos na biblioteca para conseguir emprestar mais livros. Ela tinha a coleção inteira de Jorge Amado e Monteiro Lobato.

Quando jovem, passou em psicologia na Universidade Federal do Paraná (UFPR), mas optou por seguir apenas no curso de Comunicação Organizacional.

Igor trabalhou de 2008 a 2016 em agencias de publicidade com redação e há quatro anos, montou a própria empresa.

“Fiz aulas de didática, aprendi e montei minhas próprias aulas sobre sociolinguística, períodos longos e períodos curtos, figuras de linguagem. Atualmente já ajudei 30 turmas a escreverem melhor”, explicou.

O projeto da praça veio a partir disso. Para ele, era uma frustração pedagógica perceber que os alunos tinham medo de praticar a escrita, medo de mostrar o que escreveram.

“Isso me deixava muito inquieto, visto que se eles não praticam, não melhoram, e se não melhoram, minhas aulas não servem de nada. Eu queria entender mais esse medo, só que para isso eu precisaria conversar com mais pessoas. Deu certo”, concluiu.

Com informações do G1

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