Pioneiro: médicos brasileiros operam intestino de feto dentro do útero da mãe

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Por Só Notícia Boa
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Foto: Divulgação/ Hospital da Criança e Maternidade|

Um procedimento inédito e pioneiro no mundo foi realizado por médicos brasileiros em um hospital de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo: a cirurgia de intestino de um feto com malformação congênita, ainda na barriga da mãe.

O bebê operado no Hospital da Criança e Maternidade (HCM) está com 33 semanas de gestação e tinha gastrosquise, que é uma abertura nos músculos e na pele da parede abdominal. Ela faz com que o intestino fique para fora do abdômen.

A operação foi nesta segunda-feira, 17 e de acordo com o hospital, participaram da cirurgia médicos do Hospital da Criança e Maternidade de Rio Preto, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, da Universidade de Taubaté e do Hospital de Baia Blanca, da Argentina.

De acordo com a cirurgiã fetal Denise Araújo Lapa, a cirurgia foi inédita porque até então o paciente era operado logo após o nascimento, mas agora os especialistas submeteram o feto ao procedimento ainda dentro do útero da mãe, fato que diminui riscos e complicações.

Pioneiros

“O Brasil está em primeiro lugar. Fomos os pioneiros a fazer esse procedimento que há muito tempo estão tentando realizar. Nunca imaginei fazer algo assim. Um pesquisador com uma boa ideia e patrocinado faz coisas inexplicáveis no Brasil”, afirma Denise.

Segundo o médico Gregório Lorenzo, especialista em medicina fetal, a mãe da criança, de 26 anos, mora em São José dos Campos (SP) e o procurou para falar sobre a doença que a criança tinha.

“Eu sugeri que eles viessem para cá por uma questão de qualidade e especialidade. Com a vinda deles, percebemos que poderíamos fazer a abordagem antes do nascimento. Então, os pais concordaram com a cirurgia sabendo dos benefícios que isso poderia acarretar”, afirma.

Os médicos precisaram de 1h40 para realizar o procedimento, que é minimamente invasivo. Durante o procedimento, quatro pequenas incisões foram feitas na barriga da mãe, por onde introduziram os instrumentos que permitem ver o interior do útero e corrigir a malformação.

Segundo os profissionais, uma das grandes vantagens é o fato do bebê nascer sadio, o que permite mamar imediatamente no seio da mãe e ter alta hospitalar em dois ou três dias.

Ainda de acordo com os médicos, o bebê que se submete a uma cirurgia de correção da gastrosquise após o nascimento tem as alças intestinais inflamadas, o que o impede de mamar.

Consequentemente, ele precisa permanecer, em média, 30 dias internado, recebendo nutrição parenteral.

“Os benefícios são imensuráveis. Quando pensamos na possibilidade do bebe nascer e na sala de parto poder mamar, poder ter o trânsito intestinal funcionando normalmente e poder ir para casa em dois ou três dias, isso não tem preço. O procedimento minimiza a dor, os riscos de infecção e o gasto financeiro”, diz o cirurgião Rodrigo Tadeu Russo Gonçalves.

O estado da saúde da mãe é estável. Ela deve permanecer em observação até receber alta.

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Com informações do G1

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