Tragédia do Hospital Badim une o Rio em exemplo de solidariedade

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Por Só Notícia Boa
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Creche abrigou pacientes do Hospital - Fotos: reprodução

A tragédia do Hospital Badim, que matou 11 pessoas esta semana após um incêndio, mostrou a força da solidariedade no Rio de Janeiro.

Desde o início do fogo na noite de quinta-feira 12, dezenas de voluntários – entre vizinhos, médicos, profissionais de outros hospitais, uma creche próxima e crianças – se reuniram para levar apoio às famílias e equipes médicas.

O exemplo de compaixão foi desde a distribuição de água aos funcionários e repórteres que trabalhavam no local até fazer serviço voluntário, para prestar socorro.

Vizinhos

A síndica Lúcia Helena de Souza Melo Oliveira, de 72 anos, que abriu o condomínio para acolher dezenas de pacientes durante o incêndio, contou que os moradores do prédio se mobilizaram para ajudar os pacientes.

Eles se revezaram levando água para os pacientes e profissionais de saúde, que passaram a noite em uma CTI improvisada, no local.

“Assim que soube do incêndio, eu desci, pedi ao porteiro para abrir a garagem e avisei a um médico que o prédio estava à disposição. Ele pediu para olhar o play e a garagem. Em seguida, trouxeram macas, colchonetes, travesseiros, aparelhos de oxigênio, soro e ressuscitação. Depois, começaram a chegar os pacientes”, disse ao Extra.

Médicos

Um grupo de médicos do Rio de Janeiro também se uniu em uma corrente solidária para oferecer apoio aos colegas de hospitais que recebiam pacientes do Hospital Badim.

Pelas redes sociais, os médicos responderam aos apelos de colegas de profissão da rede D’Or e se apresentaram voluntariamente para ajudar.

Diversos pacientes que inalaram fumaça durante incêndio – e sofreram queimaduras nas vias aéreas e nasais – foram encaminhados para o Quinta D’Or, em São Cristóvão.

O hospital precisava de broncoscopistas para fazer a lavagem dos pulmões dos pacientes.

O Hospital Pedro Ernesto, vinculado à UFRJ, colocou à disposição os cinco especialistas da unidade.

Residentes do Hospital Universitário da UFRJ com treinamento em broncoscopia também se juntaram à equipe da pneumologia do Quinta D’Or.

A Secretaria Estadual de Saúde enviou 15 ambulâncias dos hospitais Getúlio Vargas, Carlos Chagas, Adão Pereira Nunes e de diversas UPAs para ajudar na remoção de pacientes.

Outros hospitais do estado também ofereceram leitos para os atingidos do local.

Creche

A Creche Criando Com Arte, do casal Jaqueline e Darci Martins, recebeu cerca de 50 pacientes e 40 funcionários do hospital.

“Somos amigos da chefe de enfermagem do Badim e ela nos procurou pedindo ajuda no momento do incêndio. Foi montada uma CTI aqui na creche. Ficamos desesperados quando vimos tantos pacientes idosos e debilitados, mas a satisfação de poder ajudar foi maior”, disse Jaqueline.

Segundo os proprietários, a creche não funcionou nesta sexta-feira porque foi preciso fazer um trabalho de higienização para receber novamente as crianças a partir da próxima semana.

Crianças

Um grupo de crianças do Abrigo Frei Carmelo Cox levou um buquê de flores e um cartaz com dizeres de carinho e solidariedade para os pacientes, funcionários e familiares dos mortos do incêndio.

As crianças estavam acompanhadas do diácono Roberto, da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

“A ideia nasceu das próprias crianças, que se solidarizaram ao saber o que havia acontecido”, disse o religioso.

Fundador

Aos 89 anos, o médico José Badim, cirurgião plástico, fundador do Hospital Badim, se emocionou com a compaixão das pessoas.

“O Rio foi um exemplo de solidariedade. A rede que se formou no entorno do hospital mostra como o ser humano é solidário por natureza. Não tenho palavras para expressar o meu agradecimento a todas as pessoas que não mediram esforços para auxiliar na remoção e na assistência aos nossos pacientes”, disse ao O Globo.

Ele disse que nunca vai esquecer a bondade dessas pessoas.

“É o que está ajudando a me deixar de pé, pois, durante toda a minha vida, me empenhei em salvar vidas, assim como essas pessoas fizeram ao longo da madrugada que sempre ficará marcada em nossa memória”, afirmou.

Com informações da Veja, Extra e o OGlobo

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