USP descobre molécula que reduz tumor e evita metástase

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Por Só Notícia Boa
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Imagem mostra redução do tumor de câncer de ovário em camundongo na USP em Ribeirão Preto Foto: reprodução

Pesquisadores da USP de Ribeirão Preto, em parceria com um laboratório norte-americano, conseguiram identificar uma molécula que reduz o tumor e evita metástase do câncer de ovário.

A molécula de RNA, conhecida como MIR-450A, é capaz de reduzir o tamanho do tumor e impedir que ele se espalhe pelo organismo.

O estudo foi realizado no Centro de Terapia Celular do Hemocentro da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto (SP), o mesmo que no começo do mês usou uma terapia genética e surpreendeu ao salvar um paciente terminal com câncer.

Testes

Testes in vitro e em camundongos apontaram que a molécula, quando superexpressa – em tamanho aumentado – tem efeito positivo para tratar o câncer de ovário.

“Durante os estudos, a gente identificou que essa molécula, que é um RNA pequeno, um micro RNA, tem características de suprimir um tumor”, explica Wilson Araújo da Silva Júnior, professor do Departamento de Genética da Faculdade de Medicina da USP.

Wilson Júnior afirma que a molécula MIR-450A, presente no corpo humano e que pode ser reproduzida em laboratório, é capaz de silenciar genes envolvidos na migração celular e no metabolismo do tumor.

É isso que reduz o tamanho do tumor e bloqueia o processo de metástase.

Como

“Essa molécula está fazendo parte de uma revolução maior, que é a medicina genômica. Quer dizer, a gente só conseguiu identificar essa molécula, porque temos ferramentas de análises do genoma que antigamente não conseguiam investigar”, diz o pesquisador.

Coordenador do Centro de Medicina Genômica do Hospital das Clínicas e pesquisador do Centro de Terapia Celular do Hemocentro, ambos da USP, Silva Júnior diz pesquisadores em todo o mundo estão identificando moléculas capazes de combater o câncer.

Recentemente, cientistas da USP também descobriram, pela primeira vez, que a molécula chamada microRNA-367 pode reduzir a agressividade de tumores embrionários do sistema nervoso central, responsáveis por uma espécie de câncer mais comum em crianças.

“A revolução já está ocorrendo. Se você olhar na literatura, vai ver que vários grupos estão identificando. O que a gente vai ter para combater o tumor é exatamente várias moléculas e várias descobertas atuando no combate ao câncer”, afirma.

Medicamento

Agora, os pesquisadores esperam desenvolver um medicamento utilizando a molécula MIR-450A para auxiliar no combate ao câncer de ovário, uma vez que essa doença, geralmente, só é identificada em estágio avançado.

“É lógico que isso demora um tempo muito grande. Até chegar em um produto, isso pode levar 10 ou 20 anos, mas, o mais importante, é que conseguimos identificar moléculas que possam ser usadas como terapia, não só para o tumor, mas para outras doenças”, concluiu.

Com informações do G1

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