Proteína faz cérebro produzir novos neurônios: Alzheimer
Cientistas europeus descobrem uma proteína que pode fazer o cérebro produzir novos neurônios. A descoberta pode ser uma esperança para pacientes com Alzheimer e depressão, por exemplo.
Uma pesquisa da Universidade do Minho, em Portugal, concluiu que a proteína AP2gama consegue “estimular a produção de novos neurônios” no cérebro adulto.
“Ao contrário do que se pensava, sabe-se agora que o cérebro de um indivíduo adulto tem a capacidade de produzir continuamente novos neurônios”, diz o estudo publicado nesta quarta-feira, 02, na capa da revista internacional Molecular Psychiatry, do grupoNature.
A pesquisa
O estudo feito em ratinhos sem a proteína AP2gama, a “produção de novos neurônios ficou comprometida”, provocando déficits na produção e arquivo de novas memórias ou na capacidade de navegação espacial.
“Descobrimos que a AP2gama, inicialmente associada à proliferação de células malignas no cancro da mama, estava também presente no cérebro. Para percebermos a sua função, utilizamos ratinhos geneticamente manipulados para não produzirem esta proteína, ou para a produzirem em excesso e estudamos os seus efeitos”, explicam Luísa Pinto e Nuno Sousa, que coordenaram a pesquisa.
Segundo a academia, “esta possibilidade poderá beneficiar terapias para doenças neurológicas e psiquiátricas como a doença de Alzheimer e a depressão”.
O texto aponta que “ao contrário do que se pensava, sabe-se agora que o cérebro de um indivíduo adulto tem a capacidade de produzir continuamente novos neurônios”.
É um processo chamado de neurogênese e que “é fundamental no controle de diversas funções cerebrais e tem sido estudado na perspetiva de tratamento de diversas doenças do sistema nervoso central”.
A pesquisa mostra como a “falta” da AP2gama “prejudica vários domínios do comportamento”.
“Foi ainda surpreendente concluir que a proteína AP2gama comanda a produção de uma população de neurônios decisiva para várias regiões do cérebro comunicarem entre si”, acrescentam os coautores da investigação António Mateus-Pinheiro e Nuno Dinis Alves.
A equipe procura agora perceber se a desregulação desta proteína estará também envolvida no desenvolvimento de doenças psiquiátricas, como a ansiedade ou depressão.
Com informações da TVi24