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Comunidade unida transforma lixão em área de lazer
1 de maio de 2018
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Praça dos Ipês - Foto: Fábio Lima||Praça dos Ipês - Foto: Povo / Fábio Lima
Praça dos Ipês - Foto: Fábio Lima||Praça dos Ipês - Foto: Povo / Fábio Lima

Se os governantes não fazem, a população organizada faz. Foi assim que um lixão foi transformado em uma área de lazer na Cidade dos Funcionários, no Ceará.

O terreno baldio próximo ao Colégio Vital Didonet, vinha sendo usado como lixão nos últimos 40 anos.

Lá, a própria comunidade e carroceiros jogavam entulho e sujeira, que eram recolhidos em parte por caminhões da Prefeitura.

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Há 5 anos, Míria Espíndola, diretora do colégio Vital Didonet, já tentava organizar a situação do local.

“Na época, fizemos um abaixo-assinado e encaminhamos para a Prefeitura, mas nada aconteceu”, reclama.

Este ano, o lixo já se acumulava na rua, obstruindo a passagem dos carros em uma das vias.

A ação

Diante da realidade, a diretora se uniu à comunidade para tomar uma atitude e transformar o espaço.

Primeiro eles adotaram o local oficialmente por meio do programa de Adoção de Praças e Áreas Verdes da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma).

15 dias depois a delimitação do espaço foi toda feita com pneus reciclados e brinquedos encomendados especialmente para o projeto.

Os muros foram cobertos por artes do grafiteiro Lápis de Lata, que estampou o novo nome do lugar, Praça dos Ipês, e poemas nas paredes.

O nome Praça dos Ipês surgiu inicialmente das seis mudas doadas pela Seuma, mas adquiriu um significado muito maior:

“Curiosamente, o significado dessa planta é justamente esse: transformação”.

Cada ipê foi adotado por um morador local. Eles receberam folhetos explicativos sobre como cuidar e manter a árvore.

Diretora Míria Espíndola – Foto: OPovo/Fábio Lima

Alunos

Segundo Míria, o processo de adoção não foi apenas burocrático, mas afetivo.

Os alunos do 4º e do 5º ano do ensino fundamental do colégio também participaram da transformação.

Em uma atividade na disciplina de Geografia, eles foram até o terreno e estiveram em contato com a situação degradante do local.

Em seguida, as melhores redações sobre o tema foram enviadas anexadas ao abaixo-assinado organizado com os moradores que reivindicava uma intervenção do Poder Público.

“Não queríamos apenas fazer a limpeza do terreno, mas tornar a área aprazível, onde as famílias possam passear, as crianças possam brincar, para toda a comunidade de um modo geral”, explica.

Conscientização dos carroceiros

O passo seguinte foi a conscientização dos trabalhadores. Míria organizou, com o marido, um café da manhã para os carroceiros locais. Eles focaram na educação ambiental.

“Conseguimos sensibilizar sete carroceiros. Agora eles mesmos se responsabilizam e falam uns pros outros que não se deve mais jogar lixo ali”.

Vários outros moradores da região também se envolveram. E agora o plano é envolver cada vez mais a coletividade.

Alexandre Aragão, que vive no bairro há oito anos, conta que já foram feitas parcerias com a iniciativa cultural do Projeto Plantando o Bem, que disponibiliza livros em locais públicos.

“As pessoas da comunidade falam que sempre foi o sonho de todo mundo fazer essa limpeza para transformar o terreno em uma área útil. Já estamos até planejando o São João do bairro na praça. Uma parte do arrecadado será investida no projeto.”

Com informações de OPovo

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