Energia limpa: entra em funcionamento a primeira usina de ondas, em Fortaleza

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Por Bruno M.
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Por Roberto Garini
Começou a funcionar este mês a primeira usina de ondas da América Latina.
Fica no porto do Pecém, a 60 quilômetros de Fortaleza.
É a primeira grande experiência para aproveitar a energia das ondas do mar. 

Dois enormes braços mecânicos foram instalados no píer do porto do Pecém.

Na ponta de cada um deles, em contato com a água do mar, há uma bóia circular.
Conforme as ondas batem, a estrutura sobe e desce.
O movimento contínuo dos flutuadores aciona bombas hidráulicas, que fazem com que a água doce contida em um circuito fechado, no qual não há troca de líquido com o ambiente, circule em um ambiente de alta pressão.
Fazendo uma analogia com uma usina hidrelétrica, em vez de termos uma queda d’água, temos isso de forma concentrada em dispositivos relativamente pequenos, onde a pressão simula cascatas extremas de 200 a 400 metros — explica Segen Estefen, professor de Engenharia Oceânica da Coppe.
A água sob pressão vai para um acumulador, que tem água e ar comprimidos em uma câmara hiperbárica, que é o pulmão do dispositivo.
Para os pesquisadores, o local é um laboratório em escala real onde serão ampliados os horizontes da produção energética limpa e renovável.
O potencial é grande, asseguram.
O litoral brasileiro, de cerca de 8 mil quilômetros de extensão, é capaz de receber usinas de ondas que produziriam 87 gigawatts.
Na prática, de acordo com especialistas da Coppe, que desenvolve a tecnologia, é possível converter cerca de 20% disto em energia elétrica, o que equivaleria a 17% da capacidade total instalada no país.
Antes de pensar em mais usinas no litoral brasileiro, porém, é preciso testar conceitos e comprovar tanto a viabilidade quanto a confiabilidade do projeto, que é financiado pela Tractebel Energia através do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica, com o apoio do governo do Ceará.
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