Aposentado ganha orientando novatos: Projeto Consultores da Experiência

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Por Bruno M.
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Por Roberto Garini, para o SóNotíciaBoa

Aquele idoso, geralmente em um canto, lendo ou jogando dominó, guarda uma experiência que não se pode e não se deve jogar fora.

Com 35 anos e 11 meses por ano de trabalho, descontados os meses de férias e contados 25 dias por mês atuando, este idoso teve no mínimo 9.000 observações e resoluções de problemas que se tornaram conhecimento, e isso não está registrado em livro nenhum.

Imagine o que aposentados como Dalmo de Abreu Dallari, e os ministros do Supremo Tribunal Federal Cézar Pelluzo, Eros Grau e Sepúlveda Pertence poderiam ensinar a advogados novatos!

Adib Jatene, para médicos recém-formados… Fernando Henrique, para políticos e empresários…

São nomes famosos, sim, mas essa verdadeira aula de experiência também pode acontecer com profissionais que não chegaram à fama, mas desempenharam bem seus papéis por décadas.

Qualquer que seja sua profissão, ao se aposentar, o ser humano tem armazenado em seu cérebro, milhares de experiências de como fazer e principalmente de como não fazer certas coisas.

Outro ponto importante é que este aposentado, na grande maioria das vezes, ganha muito menos do que ganhava quando trabalhava, porque seu salário era corrigido pelos acordos de sindicato e hoje, já aposentado depende das regras vigentes, que achatam o benefício.

Então, por que deixá-lo na condição de ultrapassado ou fora do mercado por ter mais de 60 anos de experiência, que pode ser repassada aos mais jovens?

Foi pensando neste quadro e na deficiência que a pequena e media empresa têm para construir uma sistemática em seus controles que surgiu o projeto Consultores da Experiência.

O projeto

A idéia já é implementada com sucesso no Japão, desde 1965, ou há quase 50 anos. O país da sabedoria tem quase 35 mil consultores da experiência.

Com baixo custo para o empresário e de real importância para o aposentado, a proposta pretende fazer a ponte entre o empresário, com funcionários sem experiência e o mestre, com toda uma reserva de conhecimento, que não está na sala de aula de nenhum curso universitário.

Bom para empresa, que reúne treinamento e assessoramento, ótimo para o aposentado que complementaria sua renda e voltaria a se sentir útil para melhorar a economia.

E o conceito central do projeto Consultores da Experiência é simples de ser executado:

Em duas tardes por semana esse experiente técnico dá consultoria em uma área especifica que está com problemas dentro da esmpresa.

Ele ensina e treina o mais jovem para escapar da armadinha que a falta de experiência causa.

Pouco investimento

Esses 8 períodos mensais custariam pouco para o empresário e formariam o complemento do salário desde mestre da experiência.

Um organismo municipal, estatal, uma ONG pode cadastrar seus aposentados por profissão exercida.

Ministra um curso sobre como esses mestres passarão a atuar.

Daí em diante o aposentado ensina e não mais faz as tarefas.

Com este rol de Consultores por área de atuação, o organismo divulga às empresas interessadas.

Elas contratam esses idosos , agora Consultores, para treinar, aconselhar e acompanhar áreas dentro da empresa que apresentam gargalos, ou problemas de execução.

O sentido social deste projeto é não deixar que a memória tecnológica, pois isso é que é tecnologia, (etimologicamente estudo da técnica ) deixe de existir por falta de aplicabilidade.

Por que os governos não pensaram até agora em reaproveitar esse volume imenso de mão de obra qualificada?

Bem, aí são outros 500, porque a minha idéia está lançada!

roberto.garini@sonoticiaboa.com.br