Câncer de pele: novo remédio é “cura clínica”, dizem cientistas

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Por Bruno M.
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Uma nova geração de remédios, para estimular o sistema imunológico, tem grande potencial para oferecer uma “cura clínica” aos pacientes com câncer da pele, doença que há poucos anos, dava poucas chances de sobrevivência.
Um estudo apresentado neste fim-de-semana, mostrou que pacientes tratados com um remédio chamado Yervoy conseguiram viver mais de 10 anos após o diagnóstico.
A conclusão foi mostrada durante a Conferência Europeia do Câncer (ECC), em Amsterdã, na Holanda.

Os cientistas citaram o Yervoy, produzido pela farmacêutica o Bristol-Myers Squibb’s, também conhecido por ipilimumab, como o imunoterapêutico que têm transformado a área da oncologia:

“Estamos vivendo tempos incríveis. Há alguns anos nunca poderíamos imaginar usar sequer a ‘palavra C’, cura, para o melanoma. Mas estamos caminhando nesse sentido”, congratulou-se Stephen Hodi, professor assistente de medicina no Dana-Farber Cancer Institute, nos EU.
Ele garantiu que o “ipilimumab abriu uma porta” e os progressos estão vindo “muito rapidamente”.
O remédio
Aprovado em 2011, o remédio Yeroy foi visto na época como um enorme avanço nas terapias contra o melanoma, por ter sido o primeiro a aumentar o tempo de vida de pacientes com formas avançadas deste, que é o tipo mais mortífero de câncer da pele.
Hodi disse ter algumas reservas em usar o termo “cura”, mas descreveu os mais recentes progressos como uma “mudança de paradigma”. 
Segundo o especialista, o sucesso da nova geração de remédios significa que os pacientes com melanoma poderão passar a viver com uma doença crônica em vez de enfrentarem uma morte iminente.
Para Alexander Eggermont, do Comprehensive Cancer Center do Instituto Gustave Roussy, em França, especialista no tratamento do melanoma, os resultados do cientista norte-americano sugerem que certos pacientes podem, efetivamente, ficar “curados” à luz do conceito de “cura clínica”, já que o medicamento ajuda o sistema imunológico a controlar a doença.
“Aparentemente, é possível que os pacientes mantenham tumores residuais sob controle durante muito tempo quando o sistema imunológico é “reiniciado” de forma apropriada e, assim, o conceito de “cura clínica” torna-se realidade”, realçou Eggermont.
Além disso, um grupo de novos remédios atualmente testado e desenhado para desativar as proteínas PD1 e PDL1, que impedem o sistema imunológico de detectar e atacar as células cancerígenas, constitui uma “fantástica esperança” no tratamento do melanoma combinado com o Yervoy, antecipou Stephen Hodi. 
“Os bons resultados [obtidos com o Yervoy] podem vir a duplicar-se ou a triplicar-se com o uso de anticorpos monoclonais anti-PD1 e anti-PDL1 e, se assim for, o melanoma com metástases pode tornar-se uma doença tratável para, possivelmente, mais de 50% dos pacientes nos próximos 5 a 10 anos”, concordou Eggermont.
Hoje a Bristol-Myers Squibb, responsável pelo medicamento, está fazendo ensaios clínicos sobre um dos seus remédios de nova geração, o nivolumab, em melanomas em estado avançado.
Nos EUA, a concorrente Merck está desenvolvendo um outro medicamento, o lambrolizumab, que, nos primeiros ensaios, ajudou a encolher em 38% os tumores em pacientes com melanoma avançado. 
Com informações do Boas Notícias.