Preso se forma na faculdade: administrador de empresas

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Por Bruno M.
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Fotos: G1
Um presidiário da Penitenciária da Papuda, em Brasília, se formou na faculdade e recebeu nesta terça-feira seu diploma.
Glaucimar Ferreira dos Santos, de 35 anos, fez Administração de Empresas, estudando dentro da cadeia.
Ele fez o curso à distância pela Faculdade Anhanguera.
Condenado a 20 anos e 4 meses de prisão por extorsão seguida de sequestro, Glaucimar Santos diz que estudou seis horas por dia durante quatro anos.
Ele está preso há 6 anos.
Quando entrou na cadeia, Glaucimar só havia concluído o primeiro ano do ensino médio.
Lá ele estudou e se formou, primeiro pela Escola de Jovens e Adultos (EJA).
Em 2008 passou no Enem.
No ano seguinte começou a fazer faculdade à distância, com autorização da Justiça.
Apoio
A grande ajuda veio da irmã dele, a professora Glaucenira Ferreira.
Ela ia para a faculdade, gravava as aulas com uma câmera digital, copiava os vídeos em um pendrive e levava para o irmão nos dias de visita na Papuda.
Antes de ser entregue ao detento, o material era analisado por agentes da polícia. Santos assistia as aulas no laboratório de informática da Papuda.
“Se não fosse ela, o apoio dela e de toda minha família (…) Até por não poder estar presencialmente na faculdade, ela foi meus olhos e meus ouvidos.”
Com a bolsa parcial que obteve junto ao centro de ensino, a mensalidade do curso,  de R$ 294, 
foi
bancada pelos familiares.
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Progressão de pena
Fazendo o ensino superior dentro da prisão, Glaucimar conseguiu progressão da pena.
Em janeiro de 2014 ele poderá entrar para o regime semiaberto.
Exemplo

O detento diz que pretende fazer mais duas faculdades: Gestão de Pessoas e Direito.
Antes disso ele já está fazendo pós-graduação, também dentro da Papuda.
“Estou feliz e admirado da sua conquista. É um exemplo extremamente valoroso”, disse o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Sandro Avelar, que participou como paraninfo da colação de grau do presidiário.
Vida nova
“Ao meu ver o ensino é capaz de mudar o caráter e a vida de um homem”, disse o detento.
“Independentemente de eu viver no cárcere hoje, isso aqui é mais uma conquista, mais uma prova da minha mudança.”
Com informações do G1.