Biomassa de banana verde sacia e faz bem ao intestino

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Por Só Notícia Boa
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Foto:"Yonanas: Sorvete feito em Casa/ Vida de Cozinheiro||||

Por Mariana Bomtempo, do Vida de Cozinheiro, para o SóNotíciaBoa

Já tinha comido banana verde mas, até entrar no curso do Senac Minas, achava que era só um jeito diferente de comer banana.

Graças à minha querida professora Cláudia Porto, descobri que não é. Banana verde é muito mais que isso.

A partir dela podemos fazer a “mega ultra blaster” biomassa de banana. Rsrs… Mas o que é isso, afinal? E mais: por que é tão famosa?

Vamos aos fatos: Nada mais é que uma “papinha” de banana feita com a fruta, que ainda não amadureceu.

A receita virou febre entre os adeptos da alimentação saudável pelo fato de ser simples e genial (sem contar que é deliciosa! Pra mim, tem gostinho de batata doce cozida).

Benefícios

Bem, de acordo com os especialistas, a biomassa é considerada um alimento funcional porque, uma vez no nosso intestino, essa mistura rica em fibras é fonte de energia para as bactérias boas (probióticas), que mantém a integridade da mucosa intestinal.

Essa membrana é de fundamental importância para a nossa saúde porque é a responsável pela absorção dos nutrientes.

Por conta disso, a ingestão regular da biomassa contribui para o bom funcionamento do intestino, atuando na prevenção e tratamento de quadros como diarréia, obesidade, colesterol e triglicerídeos alterados (porque ajuda a inibir a absorção de gordura) e diabetes (porque controla a absorção de açúcar).

E como a ingestão da biomassa provoca uma sensação, quase imediata, de saciedade, ela ainda faz com que você coma menos, sendo uma ótima aliada de quem quer perder peso.

E se você tem alguma restrição alimentar, também inclua a polpa na sua dieta! Porque, ao fortificar a mucosa, ela facilita a boa digestão dos alimentos, reduzindo os sintomas da intolerância ao glúten e à lactose.

E ainda há quem afirme que a biomassa pode atuar na prevenção e, até mesmo, no controle de alguns tipos de câncer.

Mas, mesmo que você não acredite em nada disso, uma coisa não se pode negar: só a macrobiota intestinal – comumente chamada de flora intestinal – saudável é capaz de produzir a chamada citocina anti-inflamatória, uma substância que regula a eficiência do trabalho dos anticorpos.

biomassa_banana

Assim, mesmo que você não esteja com nenhum problema de saúde (e eu espero que não os tenha nunca), é de grande valia consumí-la! Você estará contribuindo para a prevenção e esta é um palavra de ordem, né?

Eu mesma já tinha falado das propriedades da fruta no post “Yonanas: Sorvete feito em Casa“. Pois é, já usava a banana como espessante natural para dar consistência aos meus sorvetes (que são feitos sem gordura e sem com açúcar). Mas, no caso do sorvete, a fruta tem que estar bem madura, ok?

Agora, depois que descobri que o amido de milho é geneticamente modificado (leia no post “Bolo Transgênico?“), também estou usando a banana (na forma de biomassa) para engrossar sopas e caldos.

E o mais legal: nem sou eu que ando fazendo a polpa processada… Acredita que estou recebendo tudo prontinho, congelado, da minha sogra? Quanto orgulho!

De tanto falar, acho que “converti” mais uma!!! Eeeee! Pois então, seja você também parte deste grupo! Comece fazendo a biomassa. É fácil.

Como fazer

O cuidado inicial, e o mais importante, é a escolha da banana, que pode ser de qualquer tipo.

Minha sogra usa a banana nanica (que aqui em Brasília é conhecida como banana d’água) que ela colhe no quintal da amiga dela, a Isabel – valeu, Isabel! Muito obrigada!!!

Lá na casa da minha mãe, em BH, plantei a prata, que considero a mais saborosa! Mas isso é gosto e não se discute.

Escolhido o tipo, atenção redobrada à aparência do cacho. As bananas devem estar verdes e rígidas, porém já inchadas (mais grossas).

Evite usar as frutas compradas em sacolão, ou que venham da Ceasa porque, normalmente, essas frutas passam por um processo de aceleração de seu amadurecimento em câmaras de maturação com o gás carbureto de cálcio (CaC2).

De acordo com as informações no site da Embrapa esse procedimento químico é comum e não faz mal à saúde mas, ao ler as especificações do gás CaC2 no site da White Martins, empresa fornecedora do produto no país, dá um pouco de medo consumir uma banana maturada dessa forma… Rsrs…

Bem, a minha dica é comprar as bananas orgânicas, de fornecedores confiáveis. No site do Instituto de Defesa do consumidor, o Idec, você encontra o Mapa das Feiras Orgânicas país.

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Passo a passo

Banana comprada ou, de preferência, colhida, é hora de iniciarmos o processo de higienização. Inicialmente, solte as bananas do cacho, uma a uma, mas as deixe com os talos. Lave-as utilizando esponja com água e sabão neutro (e não detergente) e enxágue-as bem.

Para o cozimento, coloque as bananas em água já fervente (borbulhando) porque esse choque térmico é importante para o controle do tanino (popularmente conhecido como cica, que atribui o caráter adstringente à fruta) que é desagradável ao paladar.

Além disso, o choque térmico evita a produção de gases intestinais após a ingestão da polpa.

Repare a mudança da coloração da casca durante esse processo. Ela deve passar do verde escuro para o marrom, meio amarelado…

Certifique-se que existe água suficiente para cobrir todas as bananas e as cozinhe em uma panela de pressão grande (pelo menos com capacidade para 5 litros) por, aproximadamente, 20 minutos contados a partir do apito da válvula da pressão.

Mas atenção: esse tempo deve ser administrado da seguinte forma: os 8 minutos iniciais com o fogo acesso e os outros 12 minutos restantes, com o fogo apagado e a panela tampada (ainda com pressão) para que a cocção continue.

Passado os 20 minutos, abra a panela soltando o vapor da válvula aos poucos (não force o processo abrindo a panela debaixo da torneira, por exemplo).

Ao término do cozimento, mantenha as bananas dentro da panela, na água quente, e as corte na tábua, uma a uma.

Para tirar a casca é só cortar as duas pontas e puxar a polpa, que deve ser passada imediatamente no processador (vai por mim: usar o processador é bem mais fácil e, realmente, tem que ser processada bem quente, na hora que sai da pressão, porque senão vira um grude só… Rsrs…).

Processe até obter uma pasta bem espessa e homogênea (normalmente ela se solta formando uma massa compacta).

Caso use o liquidificador, você vai precisar colocar água quente para o processamento da biomassa (pelo menos 100 ml de água para 4 bananas, senão você corre o risco de queimar o liquidificador, ok?).

Depois de batida, se ficar muito “aguada”, coloque a mistura em uma panela e “seque-a” em fogo baixo, até obter a textura desejada.

Dica: se não for utilizar, imediatamente, a biomassa guarde-a em geladeira (por até 4 dias, em recipiente bem fechado) ou congele-a.

No freezer, a vida útil da polpa é de até 3 meses.

Para o congelamento, evite o uso de PVC ou alumínio. Use papel manteiga (fazendo pacotinhos) ou forminha de gelo de silicone.

Detalhe: se a polpa está congelada, na hora de usá-la é necessário o descongelamento da mesma. Se for para engrossar um caldo, é só adicioná-la congelada à preparação.

Se for para fazer um bolo, um pão, ou até mesmo uma maionese (como vamos mostrar a seguir) é necessário descongelar a mistura em micro-ondas ou em banho-maria.

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Há quem faça a biomassa da casca da banana, que é uma mistura ainda mais fibrosa. O produto final se assemelha ao chutney.

Eu nunca fiz, mas sei que, para você usar a casca, precisa ter um cuidado ainda maior na sanitização da fruta. Não basta, apenas, lavá-la com água e sabão.

Depois desse processo, você deve deixá-la, por 15 minutos, coberta por uma mistura de água e limão, na proporção de 1 litro d’água para o suco de 2 limões. Mas atenção: tem que ser limão! O vinagre não o substitui nesta limpeza!

Outra dica: não processe a polpa e as cascas juntas. Bata primeiro a polpa e depois vá acrescentando as cascas, uma de cada vez.

O uso

Mas, como tudo nesta vida, use com moderação, ok? A orientação dos especialistas é não ultrapassar o consumo de duas colheres de sopa de biomassa por dia.

Ela substitui ingredientes como maionese, creme de leite, requeijão, farinha de trigo, amido de milho ou qualquer outro espessante.

Seu uso não interfere ou altera o sabor do prato.

Não há contraindicação de consumo, somente para quem tiver alergia à banana (meio óbvio, né? Rsrs…) mas o seu consumo em excesso pode causar dor de barriga e diminuição, pelo organismo, da absorção de alguns minerais, como o zinco e o cálcio.

Uma das vantagens em se usar a casca da banana é o fato dela possui maior quantidade de fibras, auxiliando no processo de controle intestinal.

Além disso, a casca contém alta taxa de serotonina, o que ajuda a amenizar quadros de depressão.

Mas, cuidado: a biomassa feita com as cascas pode alterar a coloração dos preparos! Use-a em receitas em que essa mudança não seja um problema grave, como em pães e bolos…

Agora que você conhece os benefícios da poupa, não deixe de usá-la, ok? Mesmo porque conhecimento é bom mas, no pacote, vem algumas responsabilidades… Rsrs… Porque agora você já sabe e não tem mais desculpa pra fazer errado… Rsrs…

Promova então, na sua vida, a mudança que vi em minha querida sogra. Agora, dona Maria do Socorro lê o rótulo de tudo que compra, não usa mais amaciante de carne e só engrossa molhos com biomassa de banana…

Tá, você pode estar pensando: “mas é a sogra dela…”. Não, caro cozinheiro, a dona Maria é uma leitora assídua desse blog e foi o Vida de Cozinheiro que provocou esta transformação! Porque sim, conhecimento gera novos hábitos!!!

E é isso que me faz seguir em frente! Saber que posso até não mudar o mundo, mas que faço a diferença na vida de alguém! E isso é genial. Porque conhecimento é a ferramenta mais preciosa que temos nessa vida, meu caro!

Alimente-se, portanto, de ótimas idéias! Pratique, diariamente, o exercício da alimentação consciente e tenha uma vida saudável e feliz!

Maionese

Ah, para fazer a maionese de biomassa de banana verde você vai precisar:

– 1 xícara de biomassa (mais ou menos 200 ml)
– 1 colher de sopa de vinagre branco (eu uso de maçã)
– 1 xícara de chá de azeite
– 2 colheres de chá de creme de mostarda
– sal moído na hora (vá provando para não errar a mão. Eu sempre coloco o sal depois da mistura pronta))

Com os ingredientes separados é só colocar tudo no liquidificador (ou no mixer, que é bem mais prático) e bater. Eu prefiro temperar depois e sempre acrescento um pouquinho de pimenta do reino moída na hora.

Sirva fria ou gelada e, se sobrar, conserve-a em geladeira por até três dias. Essa maionese vai muito bem em sanduíches e saladas!

Com informações do Vida de Cozinheiro