Planta da África livrou Caio da cocaína: tratamento

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Por Só Notícia Boa
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Foto: Arquivo pessoal|Foto: divulgação

Caio Leite Dias, de 22 anos, (foto acima) comemora estar chegando ao fim do ano de 2015 muito diferente de como começou.

“São sete meses sem nenhum tipo de droga que altere meu humor, estou feliz, minha familia também. Tenho que agradecer à planta ibogaína e a Deus”, disse em entrevista ao iG Saúde.

Durante dois anos, o jovem foi dependente químico. Para conseguir as drogas, ele contava com ajuda de um taxista. “Ele ficava na esquina da minha casa, era acionado por mim e ía até a boca pegar a droga.

“Comecei a usar cocaína aos 20 anos e já fumava maconha desde os 17 anos. Pensava que fumando estava tudo bem, que tinha o controle absoluto sobre meu corpo e mente, mas não foi bem assim. As coisas começaram a desmoronar, comecei a comprar mais e mais, ficava devendo dinheiro para o traficante”, narra Caio.

A família buscou tratamentos convencionais, mas os remédios deixavam Caio dopado. Até que a namorada dele resolveu procurar ajuda com um amigo que fazia um tratamento com uma nova substância, a ibogaína.

Ibogaína

“Esse amigo veio me contar o que ele passou e falou sobre a ibogaína. Minha família e eu resolvemos viajar pra Paulinia, onde fica o Instituto Brasileiro de Terapias Alternativas. Fui com bastante medo pois amigos meus que tinham problemas com drogas sempre ficavam internados em alguma clínica dessas por no mínimo um ano. Mas, chegando lá, fui muito bem recepcionado por todos recebi muito carinho”, lembra.

Planta africana

Estudo feito pelo Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) indicou que a ibogaína é pelo menos cinco vezes mais eficiente para interromper a dependência química do que tratamentos convencionais.

A substância é extraída da raiz da iboga, planta encontrada em alguns países africanos.

“Ela é usada desde a pré-história em rituais por tribos no Gabão, na África, que professam uma religião que se chama bwiti. Eles usam essa planta em rituais de entrada na vida adulta”, explicou o médico Bruno Chaves, um dos responsáveis pela pesquisa, em entrevista à Agência Brasil.

A substância denominada Ibogaína – como já mostramos no SóNotíciaBoa atua em alterações químicas. Ela estimula a produção de dopamina no cérebro e também proporciona alterações comportamentais.

A planta faz o paciente reavaliar seu passado, suas atitudes e a pensar o que pode tê-lo conduzido ao vício.

Foto: divulgação

A pesquisa

O estudo foi feito com 75 pacientes, entre usuários de crack, cocaína e álcool, entre janeiro de 2005 e março de 2013.

Dos 67 pacientes homens, 55% ficaram livres do vício por, pelo menos, um ano. Entre as oito mulheres, a taxa foi 100%.

Os tratamentos convencionais interrompem o vício em um índice que varia de 5% a 10% dos casos. Os resultados do trabalho inédito foram publicados no The Journal of Psychopharmacology, da Inglaterra, uma importante publicação na área de psicofarmacologia.

O tratamento

O Instituto Brasileiro de Terapias Alternativas, IBTA, localizado no município de Paulínia, interior de São Paulo, faz o tratamento ao qual Caio foi submetido.

Segundo o diretor do Instituto, o mestre em medicina chinesa e Terapeuta Rogério Souza, a substância é liberada pela ANVISA e seu tratamento é eficiente e revolucionário.

“O tratamento em nossa clínica se dá em 5 dias. O paciente não fica internado, ele somente passa pela clínica durante o horário dos atendimentos. Além disso, a família e os co-dependentes também recebem todo o suporte psicológico e emocional necessário”, explica Souza.

Preço

O preço no entanto é salgado: R$ 7.200 reais pelo tratamento de 5 dias.

Em entrevista ao SóNotíciaBoa, Rogério explicou que a ibogaína é importada: “o custo é mais alto que o grama do ouro”.

Segundo ele o tempo de cultivo da planta é de 10 anos: “O princípio ativo é tirado da raiz e quando se corta para extrair a substância, o cultivo tem que começar de novo”.

“O que também pesa no custo são os impostos, que dobram o preço da ibogaína para entrada no Brasil”.

“A importação é individual, feita em nome do paciente, de acordo com normas da Anvisa”, explica Rogério.

Com informações do IG e SóNotíciaBoa