Robô contra corrupção faz políticos devolverem dinheiro desviado

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Por Só Notícia Boa
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Foto: Os Jetsons / reprodução / Hanna Barbera

O Brasil desvia R$ 200 bilhões por ano, de acordo com a Operação Jato.

De olho nos políticos que fazem maracutaia com suas verbas públicas, um robô anticorrupção está identificando gastos suspeitos e denunciando.

Rosie, como o sistema está sendo carinhosamente chamado, tem o mesmo do robô que limpava a casa dos Jetsons (foto acima).

Ela é capaz de automatizar a fiscalização de cotas parlamentares e montar um banco de dados de irregularidades.

Com esses dados Rosie identifica se existe algo errado nos pedidos de reembolso feitos de deputados federais.

“Sabemos que a corrupção não começa em grandes volumes. Por isso estamos começando onde ela é extremamente fácil de acontecer: na cota para exercício da atividade parlamentar, popularmente conhecida como verba indenizatória, conta um dos líderes do projeto, Irio Musskopf, no vídeo abaixo.

“Já analisamos essa verba. Ela soma 500 mil, reais para que os deputados teoricamente facilitem a atividade parlamentar… Essas restituições somam quase 2 milhões de registros desde 2009 e 25 mil novas restituições surgem a cada mês”.

Fiscalizar tudo é quase impossível. Por isso o grupo criou esse sistema para fazer o “trabalho de 1 milhão de voluntários em 1 centésimo de tempo”.

Dinheiro devolvido

Rosie já conseguiu detectar mais de 3 mil reembolsos suspeitos, como compras de bebidas alcoólicas e despesas quase simultâneas em cidades distantes estão entre as mais comuns..

Desses, 849 foram auditados por humanos, geraram 629 denúncias e mais de R$ 378 mil em reembolsos contestados à Câmara.

Mas as primeiras restituições vieram em 2016.

A primeira foi a devolução de mais de R$ 700 pelo deputado Celso Maldaner, referentes a 13 refeições no mesmo dia, em 2011.

Outros que já devolveram foram Odelmo LeãoVitor LippiMarco Maia e Afonso Motta.

Como

Rosie analisa os dados disponíveis no site da Câmara dos Deputados e depois os classifica como suspeitos ou não.

As informações vão desde preços incondizentes ao local indicado na nota fiscal, atividades que fogem ao padrão de determinado deputado a distâncias anormais entre cidades.

Irio Musskopf, conta que o modo como eles treinaram Rosie é muito parecido com o processo de treinamento de um auditor humano: primeiro ensinar as leis e os casos em que existe irregularidade para depois passar à análise de dados.

“O treinamento aconteceu dando algumas dicas. Por exemplo, mostrando que há muitas irregularidades em refeições. Uma refeição de 220 reais que ocorre num restaurante de luxo não foge ao padrão. Mas em um lugar de beira de estrada, é suspeito” contou Musskopf à Galileu.

Só depois entra a mão humana no processo: um grupo de pessoas faz a análise manual de cada informação e, se comprovada a suspeita, envia a denúncia à câmara dos deputados, para que uma auditoria seja aberta.

Próximos passos

Musskopf explica como seria útil ter, por exemplo, uma base com todas notas fiscais irregulares.

Dessa forma, o software conseguiria ter um aprendizado muito mais rápido, em vez de ter ele mesmo que construir sua fonte de referência na base do erro e acerto.

Por mais que o programa relacione dados em uma velocidade muito maior que um humano, as informações são disponibilizadas para tornar claro o processo utilizado por Rosie.

Vaquinha

O grupo que criou Rose agora abriu uma vaquinha eletrônica para financiar o projeto, chamado Operação Serenata de Amor, em referência a um caso sueco, conhecido como Toblerone, em que uma ministra utilizou o cartão corporativo para fazer compras pessoais, entre eles, uma unidade do chocolate.

A ideia ampliar o trabalho do robô anticorrupção para que possa ser usado também no Senado, prefeituras,  e outros locais onde haja gasto de dinheiro público.

Vamos colaborar? Eles conseguiram até agora 64% do que necessitam para financiar o projeto.

Assista:

https://youtu.be/JEjErcuDKtM

Com informações da Galileu