Manu Militão volta a expor 37 anos depois, por amor

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Por Só Notícia Boa
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Foto: divulgação|||

Vida de artista não é fácil. E não foi diferente com o artista plástico, designer, cenógrafo e diretor de arte Manu Militão.

O potiguar de Mossoró, que vive desde pequeno em Brasília, foi obrigado pela vida a se reinventar para 4 décadas depois se reencontrar com o dom de infância.

“Tenho lembrança de meus primeiros traços desde os 6 anos de idade. Aos 9 anos já ganhava concursos de desenho na escola. Aos 14 anos fiz minha primeira exposição motivado pela minha professora de arte, Marilda”, contou Manu em entrevista ao SóNotíciaBoa.

Junto com o primeiro empurrão vieram a ajuda e o reconhecimento.

“Ela me viu desenhar e perguntou se eu não gostaria de pintar com óleo sobre tela. Respondi que não sabia como fazer. Ela comprou o material, ensinou-me a técnica e em um mês de férias, produzi, 37 telas. Realizamos então, minha primeira exposição”, lembra.

Frustrações

A arte brotava da cabeça daquele jovem, que tinha necessidade de ampliar seus horizontes.

“A cor e a abstração sempre provocaram inquietude na minha vida”.

“Participei dos salões de arte de Brasília de onde vieram as primeiras grandes frustrações que me fizeram abandonar as telas”. Na época o jovem pintor havia descoberto o famoso “jogo de cartas marcadas”.

Como um bom artista, ele se reinventou. Partiu para a cenografia teatral, passou a produzir grandes painéis e foi estudar Educação Artística na Universidade de Brasília.

“Em 1985 ingressei no curso de licenciatura em Educação Artística, na UnB ao qual fui condicionado a abandonar por incompatibilidade de horário de trabalho. Segunda grande frustração”.

A virada

No mesmo ano Manu Militão entrou no mundo do cinema de animação, depois de um curso técnico do NUTEL (Núcleo de Teleducação da Secretaria de Educação do DF).

“Desde então tenho atuado na área do audiovisual como Diretor de Animação, Diretor de Fotografia, Cenógrafo, Diretor de Arte e Diretor de Imagem”, conta.

Em 1990 o artista foi para a Europa, onde viveu por 13 anos e foi premiado como melhor diretor do ano em Portugal, em 2000.

Por amor

Mas a pintura não o abandonaria. O amor pela atual mulher, Mônica, fez Manu redescobrir a paixão pelas tintas, pelas cores, quase 20 anos depois.

“A pintura me perseguia. Aceitei o desafio de minha mulher de fazer um painel de 3,44 x 2,55 mt, para nossa casa… e entre o início e o fim do trabalho, 12 outras obras foram produzidas e resultaram na exposição “Retratos e Cores”.

Exposição

A exposição que começou nesta terça, 9,  em Brasília, mostra também o primeiro autorretrato de Manu, datado de 1983.

“O domínio da forma passa pelo autodomínio, pela necessidade de ser compreendido, de aceitação. A descoberta do prazer nos sentidos e nas formas, vem com cada obra que produzo”, diz.

Agora com a maturidade dos 51 anos de idade, Manu tem inúmeras razões para comemorar e compreender as voltas e manobras da vida.

“Hoje, mais do que nunca, o reencontro com o pintor que sempre me perseguiu, se transformou numa celebração à superação”, conclui.

Veja algumas das telas que estarão na exposição:

Grito Contido - Manu Militão - Foto: divulgação

Grito Contido – Manu Militão – Foto: divulgação

Loira - Manu Militão - Foto: divulgação

Loira – Manu Militão – Foto: divulgação

HD - Manu Militão - Foto: divulgação

HD – Manu Militão – Foto: divulgação

Serviço

Exposição “Retratos e Cores”, de Manu Militão
Data: 9 a 31 de Maio
Local: Espaço Uniceub Cultural – Campus II de Taguatinga / Distrito Federal
Entrada: gratuita

Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotíciaBoa