Garoto que fez transplante de mãos escreve e come sozinho

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Por Só Notícia Boa
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Zion Harvey - Foto: Children's Hospital of Philadelphia

Lembra do menino que recebeu o primeiro transplante duplo de mãos em 2015? Releia aqui.

Agora, um ano e meio depois, Zion Harvey, com 10 anos, já consegue fazer várias coisas sozinho, incluindo comer, escrever e se vestir.

A cirurgia foi considerada um “sucesso” pelos médicos.

O comunicado deles foi publicado na revista médica britânica The Lancet.

“Dezoito meses depois da operação, o menino está cada vez mais independente e capaz de fazer atividades cotidianas”, explicou a médica Sandra Amaral, do Hospital Infantil da Filadélfia, onde foi feito o procedimento.

“Continua melhorando com terapia diária para aumentar o funcionamento das mãos e com apoio psicológico”, explicou.

História

A cirurgia, de dez horas, foi realizada nos Estados Unidos em julho de 2015 e demandou a assistência de quarenta especialistas.

O problema de Zion começou quando ele tinha 2 anos de idade.

Na época o menino teve que amputar as mãos e os pés por causa de uma septicemia, infecção generalizada provocada pela presença no sangue de microrganismos patogênicos, ou suas toxinas.

Os médicos consideraram Zion um candidato ideal para receber novas extremidades porque ele estava tomando remédios imunossupressores, depois de ter o fígado transplantado.

A imunossupressão – que pode provocar câncer, diabete e infecção – é chave para que os pacientes não rejeitem os transplantes.

Sucesso

“Nosso estudo demonstra que é possível transplantar mãos quando a operação é preparada de forma cuidadosa por uma equipe de cirurgiões, especialistas em transplantes, psicólogos e assistentes sociais”, disse a médica.

Dias depois da operação, Zion já conseguiu começar a mexer seus dedos, utilizando os ligamentos originais de suas extremidades.

“O crescimento dos nervos significou que ele pôde mover os músculos das mãos transplantadas e sentir seis meses depois (da cirurgia), além de começar a ser capaz de se alimentar e pegar uma caneta para escrever”, explica o comunicado.

Oito meses depois já usava tesouras e coloria com lápis. Em um ano, conseguiu bater palmas com as duas mãos.

Os exames mostraram que seu cérebro está se adaptando a suas novas mãos.

Com informações da AFP e Estadão