Empresário aumenta salários, diminui jornada e fatura mais

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Por Só Notícia Boa
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Foto: Brunello Cucinelli/Divulgação

Um empresário que paga bons salários, oferece jornada mais curta e dignidade no ambiente de trabalho está, com isso, aumentando o faturamento da empresa.

É assim que pensa o bilionário Brunello Cucinelli, da companhia de moda italiana especializada em cashmere, que leva o mesmo nome.

“O grande sonho da minha vida sempre foi trabalhar para a dignidade moral e econômica do ser humano”, confirma o empresário.

E a empresa vai “de vento em popa”. Está entre os impérios da moda italiana como Prada e Gucci.

Fatura 450 milhões de euros e cresce 10 por cento ao ano. A companhia vale 1,5 bilhão de euros na bolsa, e seu fundador tem 67% do negócio.

No total, são 122 boutiques espalhadas pelas mais badaladas avenidas da moda do mundo. No Brasil tem lojas no Shopping Cidade Jardim, em São Paulo.

O carro-chefe são seus delicados pulôveres de cashmere, produzidos à mão e vendidos por milhares de euros por peça.

Mas internamente, o que chama a atenção é a forma como os empregados são tratados.

 

Expediente light

As regras são surpreendentes para um empresa tradicional:

– fim do expediente às 17h30 para todos

– ninguém marcar ponto na entrada

– nada de horas extras

– nada de e-mails e telefonemas fora do horário de trabalho.

Salários mais altos e lucro

Os funcionários recebem 20% a mais do que a média salarial do setor.

Tanto para analistas como para investidores isso parecia uma loucura.

Mas a empresa prosperou, passando de um pequeno laboratório artesanal com apenas dois funcionários a um grupo que emprega cerca de 1.000 pessoas, com dezenas de empresas parceiras espalhadas em toda a Itália.

Desde que a companhia abriu capital em 2012, na Bolsa de Valores de Milão, o faturamento aumentou 63%.

A margem de lucro se mantém na casa dos 10%.

E tudo isso sem perder o clima de serenidade dentro da fábrica.

 

Incentivo Cultural

No ano passado, o empresário italiano promoveu um “bônus cultura” para todos os trabalhadores.

A empresa reembolsou a compra de livros, ingressos em cinemas, teatros e museus até 500 euros para os solteiros e 1.000 para quem tem família.

“A cultura é o fundamento da criatividade, e a criatividade é fundamental para nós”, afirma.

“São Bento, que nasceu em Norcia, aqui perto, sempre dizia ‘cuida a cada dia da mente com o estudo, e da alma com a oração e o trabalho’.

Hoje trabalhamos demais. Estamos permanentemente conectados, e é preciso descansar para ser criativo”, diz.

Sustentabilidade

A estrutura foi realizada com materiais sustentáveis, onde até a cantina foi projetada como se fosse um restaurante típico italiano.

Os funcionários dali se vestem com uma camisa da empresa, produzidas pela casa, que podem comprar com enormes descontos.

No preço de varejo, uma camiseta básica pode custar 300 euros; uma bermuda, 700; um pulôver, 1.000.

“Somente quem está rodeado pela beleza consegue ser criativo”, diz Cucinelli.

Faturar e ajudar

Além da filosofia de levar um ambiente diferenciados aos funcionários a empresa também ajuda a comunidade e investe na preservação do patrimônio artístico e cultural.

Desde que fundou a empresa em 1978, na pequena e pitoresca vila medieval de Solomeo, localizada entre as colinas da Umbria – a 200 quilômetros ao norte de Roma – Brunello Cucinelli procurou combinar a produção de alta moda com sua visão humanista, sua paixão pela arte e pela filosofia.

Com informações da Revista Exame