Um cientista nascido na Bélgica descobriu uma maneira de reduzir o mau cheiro das axilas – vulgarmente chamado de cecê – e também de reverter a longo prazo o que causa o fedor.
Em vez de desodorante, ele usa uma transferência de microbioma na axila. “Vimos resultados semipermanentes, ou mesmo permanentes”, conta Chris Callewaert, pesquisador de pós-doutorado do Laboratório Knight da Universidade da Califórnia, em San Diego.
A boa notícia é que não há cirurgia na troca do microbioma das axilas de uma pessoa por outra.
O procedimento envolve isolar os micróbios de uma pessoa com cheiro doce e, em seguida, movê-los para as axilas de uma pessoa com mau odor corporal.
É uma forma mais refinada, um pouco menos repugnante, de esfregar as axilas juntas.
Como
No laboratório, Callewaert e seus colegas preparam os chamados “pits” dos indivíduos relacionados.
O mais fedorento do par começa por bombardear o seu microbioma natural e exclusivo das axilas.
Isso envolve sabonete antibacteriano, álcool, iodo e outras substâncias destinadas a livrar a área das bactérias que a deixam irritada.
Enquanto isso, a segunda pessoa para de lavar as axilas, essencialmente cultivando uma colheita abundante das bactérias que logo doarão para seu parente fedorento.
No dia do transplante, os pesquisadores colhem as bactérias doadoras com um cotonete, colocam-nas em água salgada e as transferem para o receptor.
Em seguida, eles enfaixam as axilas do receptor e lhes dizem para não lavar suas axilas por uma semana inteira.
A pesquisa
Chris Callewaert fez uma experiência com 18 voluntários nos EUA para mudar a biologia das axilas e teve resultados promissores.
Depois do transplante completo em 16 dos 18 casos, os odores nas axilas dos pacientes receberam polegares de um painel de oito pessoas que detecta o odor.
Eles demonstraram mudanças na placa de Petri no cultivo da nova bactéria.
As novas axilas menos fedorentas têm menos diversidade microbiana, mas a variedade em sua axila geralmente significa que ela está fora de controle com maior ocorrência de Staphylococcus (pessoas com mais Corynebacterium em suas axilas tendem a cheirar pior).
Para a grande maioria dos pacientes, os resultados duraram de semanas a meses.
História
O médico passou anos tentando descobrir como realizar transplantes de microbiomas nas axilas.
No início de sua carreira, Callewaert investigou o que é a axila humana, identificando os tipos de bactérias que dão às pessoas um cheiro doce ou fedorento.
Ele usou a análise de DNA para descobrir o que faz um microbioma axilar – o mundo de minúsculos organismos que se encontram sob todos os nossos braços – cheirar mal.
Liberdade
Transplantar bactérias nas axilas é uma chance de melhorar a vida de pessoas com bromidrose ou odor corporal anormal.
“Tem um impacto psicológico muito pesado”, disse Callewaert.
“As pessoas desistem de seus empregos, da escola, perdem seus relacionamentos ou não se atrevem a sair. É uma grande restrição à vida das pessoas e não há uma solução real para isso. ”
Com informações do Popular Sciense
