Brasileira lança nos EUA game para estimular e educar autistas

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Por Só Notícia Boa
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Ana Sarrizo - Foto: reprodução - Brainy Mouse Fundation|

Uma brasileira lança nos EUA um aplicativo em Português para ajudar na inclusão e alfabetização de crianças autistas – Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

É o Brainy Mouse – em tradução livre, Rato Inteligente, ou Rato Atrevido – um game que auxilia na autonomia desses jovens através da escrita e da leitura.

Premiado pelo Santander Universidades em 2013, o jogo foi lançado no mês passado em inglês e ganha a versão em português no próximo dia 02 de abril, segunda-feira, justamente no Dia Mundial de Conscientização do Autismo, disse ao SóNotíciaBoa a criadora do game, Ana Sarrizo.

“O jogo foi criado para eles aprenderem brincado. Ele também auxilia crianças com Down e distrofia muscular”. conta.

“O game tem um dispositivo que é o rato amigo. Toda vez que a criança precisa de ajuda para fugir dos cozinheiros e formar palavras, ela pode acionar o rato amigo para ajudar a fazer isso. E essa ação em rotina vai promover desenvolvimento da interação dela com o meio, que hoje é o maior desafio para quem trabalha com autista”, explica.

Ele é indicado crianças em fase de alfabetização e que precisam desenvolver interação. Pode ser adotado por profissionais de saúde e professores, pais e cuidadores de crianças autistas.

O jogo trabalha a leitura da esquerda para direita, formação de palavras usando sílabas, interação com cores, sons e outros “dispositivos cognitivos”, que ajudam o usuário a trabalhar seu desenvolvimento de forma “lúdica”.

“Queremos criar a possibilidade de diversão e felicidade à criança autista ao mesmo tempo em que ela vai aprender a reconhecer letras, sílabas e palavras”, diz Ana Sarrizo.

O game estará disponível na Google Play – por R$ 6,99 – e na Apple Store – por R$ 16,00 . O dinheiro arrecadado com venda do game será revertido para a fundação que Ana abriu nos EUA para ajudar crianças de lá e também daqui, atendidas por organizações brasileiras como a Tismoo, em São Paulo.

“A Brainy irá investir no projeto da Tismoo que disponibilizará testes genéticos de DNA para famílias de baixa renda no Brasil”

“Depois das versões em Inglês e Português do Brainy Mouse, virão outras, como Espanhol e Francês”, adianta a criadora do jogo.

A ideia

Mineira de Belo Horizonte, formada em gestão de negócios, há mais de 20 anos Ana atua em projetos sociais na região com crianças, adolescentes e moradores de rua.

No final de 2012 Ana teve contato com famílias que têm crianças autistas e começou a entender melhor o universo onde eles vivem.

Em 2013 ela fez um curso de produção multimídia e foi desafiada pelo professor para desenvolver um projeto de inclusão, usando ferramentas dirigidas.

O professor que orientou Ana Sarrizo já tinha um trabalho publicado para linguagem de crianças com déficit de atenção.

Do encontro dos dois nasceu o rato atrevido, que se tornou o Brainy Mouse, que no mesmo ano venceu o Prêmio Santander Universidades.

Ana conta que seu objetivo era desenvolver o aplicativo para a comunidade local. “Não tinha pretenção de vencer o prêmio”, diz.

A Fundação

Ana decidiu então ganhar o mundo com o Brainy Mouse. Ela e o marido se mudaram para os EUA.

Depois de um curso de empreendedorismo na Babson College, ela criou lá uma fundação para desenvolver projetos digitais para inclusão de protadores de deficiência, a Brainy Mouse Fundation.

Ana explica que escolheu os EUA para montar a fundação “pelo apoio social que o país dá e pela fiscalização, que aqui é muito rigorosa. Projetos sociais aqui são mais organizados. O índice de corrupção é menor que no Brasil”, explica.

A fundação foi criada com economias da família para impactar milhares de crianças no mundo inteiro.

Novidades

Os próximos passos da fundação são criar um centro para atender crianças com autismo nos EUA, ainda em 2018 e mais dois aplicativos.

“Já temos em fase de avaliação aplicativos para pessoas com Alzheimer e Déficit de Atenção que serão lançados em 2018/2019”, adiantou.

 

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Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotíciaBoa