Superação! Aos 70 anos, Xia Boyu, um escalador chinês que perdeu as duas pernas por causa de um linfoma em 1996, conseguiu chegar nesta segunda-feira, 14, ao topo do monte Everest, na Ásia.
O montanhista chinês é o primeiro amputado das duas pernas a escalar a montanha pelo lado nepalês. Em 2006, o neozelandês Mark Inglis conseguiu chegar face norte, que fica do lado chinês.
“Xia Boyu chegou ao cume a 8.848 metros às 8h40 locais (4h55 em Brasília)”, informou Gyanendra Shrestha, um funcionário do Ministério do Turismo do Nepal, no acampamento base do Everest. Foi a quinta tentativa do escalador.
O servidor informou que o chinês subiu acompanhado de três moradores da região e, para evitar problemas de última hora, realizou o último trecho da ascensão partindo de uma saliência situada a 8.440 metros, e não do acampamento IV, a 7.950 metros, onde normalmente se passa a última noite.
História
Xia perdeu os dois pés devido a um congelamento severo durante uma tentativa de escalada do Everest em 1975 e, posteriormente, em 1996, teve as partes inferiores das duas pernas amputadas por causa de um linfoma.
O escalador já havia tentado subir o Everest em 2014, quando uma avalanche matou 16 xerpas (etnia da região montanhosa do Nepal) e em 2015, mas houve um terremoto que deixou cerca de 9.000 mortos no Nepal, mais de 20 deles na montanha mais alta do mundo.
A última tentativa do chinês tinha sido em 2016, mas também acabou frustrada devido ao mau tempo.
Além disso, a subida acontece em meio a uma controvérsia sobre a possibilidade de amputados e deficientes terem permissão ou não para subir o Everest.
No dia 28 de dezembro do ano passado, o governo nepalês decidiu proibir os amputados das duas pernas e portadores de outras deficiências de escalar o Everest, alegando que era necessário reduzir os acidentes e mortes.
Três meses depois, a Suprema Corte do país decidiu suspender a aplicação da ordem governamental.
Xia foi o primeiro duplo amputado a obter permissão para escalar a montanha depois da revogação da norma.
Foto: Prakash Mathema/AFP
Com informações da Veja