Vencedoras do prêmio Para Mulheres na Ciência recebem R$ 50 mil

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Por Só Notícia Boa
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Vencedoras 2018 - Foto: divulgação|

As sete brasileiras vencedoras da 13ª edição do Para Mulheres na Ciência vão receber R$ 50 mil para desenvolverem seus projetos nos próximos 12 meses.

A premiação, criada para promover a igualdade de gênero no ambiente científico, é da L’Oréal Brasil em parceria com a Unesco no Brasil e a Academia Brasileira de Ciências (ABC).

Desde 2006, o prêmio reconheceu o trabalho de mais de 80 pesquisadoras brasileiras. Neste ano, o programa recebeu o maior número de inscrições de projetos desde sua criação no Brasil. Os jurados analisaram mais de 500 pesquisas de jovens cientistas de todo o País.

A cerimônia de premiação será no dia 4 de outubro, na sede da L’Oréal, no Rio de Janeiro.

As vencedoras foram divididas nas categorias Ciências da Vida, Química, Matemática e Física:

Angélica Vieira: resistência de bactérias a antibióticos

A bióloga Angélica Vieira, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), dedica-se a um tema de grande repercussão mundial: a resistência a antibióticos; causa de morte de 700 mil pessoas todos os anos. Especialista em Imunologia, a cientista mostra que uma possível solução pode estar mais perto do que se pensa: dentro do próprio organismo humano. Em seu projeto, Angélica procura descobrir os efeitos de uma alimentação balanceada através das bactérias benéficas que habitam o corpo, já que elas produzem substâncias – chamadas de metabólitos – que auxiliam no combate a bactérias “invasoras”.

Ethel Wilhelm: terapias contra dores em idosos

A bioquímica Ethel Wilhelm, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), dedica-se ao tema do envelhecimento populacional. Pacientes idosos em tratamento contra o câncer – doença diretamente relacionada ao envelhecimento das células, entre outros fatores – costumam se queixar de efeitos adversos, como as dores nas extremidades do corpo. Em seu projeto, a cientista busca entender as causas das dores para desenvolver terapias mais eficazes que levem em conta as especificidades dessa faixa etária. Uma pista pode estar na relação entre a quimioterapia e o estresse oxidativo; tema em que Ethel é especialista.

Fernanda Cruz: tratamentos menos invasivos para asma grave

Especialista em medicina regenerativa, a pesquisadora Fernanda Cruz é recém-concursada do Laboratório de Investigação Pulmonar (LIP) do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF/UFRJ). A médica dedica-se ao estudo de problemas respiratórios crônicos desde sua iniciação científica, feita na mesma Instituição. O foco da cientista e seu grupo é buscar tratamentos menos invasivos para a asma grave e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que se tornaram mais comuns no cenário de envelhecimento da população. A pesquisa propõe o uso de monócitos em vez de células-tronco.

Sabrina Lisboa: Transtorno de Estresse Pós-Traumático

Sabrina Lisboa, biomédica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo busca uma terapia eficaz para pacientes que sofrem de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), uma condição que atinge cerca de 8% da população mundial. Atualmente é preciso combinar diversos medicamentos para o tratamento, o que aumenta os riscos de efeitos colaterais. O grupo de pesquisa da pós-doutoranda da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo procura, portanto, entender as alterações que acontecem no cérebro de quem desenvolve o TEPT através de modelos experimentais. A partir das descobertas, um dos medicamentos já avaliados como uma possível terapia é um composto sintético semelhante ao THC encontrado na cannabis.
FÍSICA

Jaqueline Soares: projeto busca criar próteses ortopédicas e dentárias mais resistentes

A inspiração para o projeto da cientista mineira Jaqueline Soares veio de um ingrediente famoso e abundante em sua região: a pedra-sabão. Docente da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), a especialista em nanotecnologia pretende usar o talco produzido a partir da pedra para tornar próteses ortopédicas e dentárias mais resistentes. O pó tem um custo reduzido e pode ser incorporado ao filme de hidroxiapatita, material usado nos implantes, aumentando sua durabilidade sem provocar uma rejeição do organismo.

Matemática

Luna Lomonaco: estudo do fractal chamado Conjunto de Mandelbrot

Luna Lomonaco, do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME/USP), é especialista em sistemas dinâmicos, a ciência que analisa o comportamento de sistemas que mudam com o tempo e, assim, tenta prever seus próximos movimentos. Em seu projeto, a cientista se dedica ao estudo do Conjunto de Mandelbrot, um dos fractais mais conhecidos, e suas cópias dentro e fora do objeto geométrico.

Química

Nathalia Lima: cimento para beneficiar economia brasileira

Nathalia Lima, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), busca a solução para um problema comum relacionado à economia brasileira e o campo da Engenharia Civil: o curto prazo de validade do cimento. O material amplamente usado em construções mantém suas condições ideais por apenas 90 dias após a fabricação. O estudoda cientista analisa as reações envolvidas na degradação do cimento por meio de técnicas como microscopia de fluorescência e química quântica. A partir da análise, a intenção é propor novas formas de armazenamento que sigam as condições ambientais de cada região, visando aumentar a durabilidade do material.

Com informações do site do prêmio.