Um brasileiro está na lista da revista Time como um dos dez líderes mais influentes da próxima geração: é o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ), de 34 anos.
Ele foi eleito esta semana pela publicação norte-americana. No vídeo publicado no site da revista Time, onde estão os dez jovens que integram a lista bianual, David diz fala “pelos que antes não tinham voz”. (assista abaixo)
David Miranda é conhecido pelo ativismo LGBT. Ele nasceu na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, foi engraxate e faxineiro na adolescência. Hoje é um dos poucos negros no Congresso Nacional.
“Um homem negro, gay, favelado, cria do Jacarezinho, na capa de uma das revistas mais respeitadas do mundo como a Próxima Geração de Líderes. Vocês têm noção do quanto isso representa para mim? Só tenho a agradecer. Sigamos fortes e lutando”, afirmou David Miranda no Twitter e Instagram. (Vídeo abaixo)
O trabalho dele se tornou ainda mais relevante com a violência recorde contra homossexuais no Brasil e a chegada à Presidência de Jair Bolsonaro, em janeiro, conhecido pelos comentários racistas e homofóbicos.
“Quero ser uma ferramenta da democracia”, disse Miranda à Time. As pessoas que antes não tinham voz, “agora têm, através de mim”.
O primeiro projeto de lei dele defende a educação obrigatória de temas LGBTQ para políticos e professores. Também planeja enfrentar o tema da violência policial e proteção salarial dos mais pobres.
História
David Miranda é casado há 13 anos com Glenn Greenwald, o jornalista americano que revelou em 2012, com Edward Snowden, o alcance das ferramentas de vigilância global dos Estados Unidos.
Glenn Greenwald tem 52 anos e ajudou David Miranda a concluir seus estudos e entrar na política. Eles se conheceram na praia de Ipanema no Rio de Janeiro.
“Em 2016, ele foi eleito para o governo da cidade do Rio de Janeiro. Ele e sua colega Marielle Franco, integrante do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) — uma mãe solteira, negra e homossexual — se tornaram os primeiros vereadores LGBTQ da história da cidade”, escreveu a Time.
Também negra e homossexual, Marielle Franco foi assassinada aos 38 anos, em março de 2018, um crime atribuído a milicianos.
Miranda era suplente do deputado do PSOL Jean Wyllys, que decidiu deixar o país em janeiro passado após receber ameaças de morte.
Com sua partida, Miranda assumiu o cargo em Brasília, embora ele próprio diga ter recebido centenas de ameaças de morte, que o levaram a contratar seguranças para proteger sua família.
Veja aqui a lista completa da próxima geração de líderes disponível.
Assista ao vídeo que a Time fez sobre David Miranda, divulgado no Twitter do marido dele:
Com informações do UOL e Exame
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