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Moradores acolhem jovem que vivia na rua

- Por Bruno M.
Foto: reprodução/Facebook||

Moradores de Higienópolis, região de classe média alta de São Paulo, tiveram uma atitude pra lá de nobre.
Famílias resgataram e levaram para dentro de casa um jovem de 15 anos, que vivia na rua.
O rapaz, chamado de G., tem a idade mental de uma criança, é hiperativo e muita gente o ajudava.

Desde que fugiu de casa, no Rio de Janeiro, em outubro, o menino morou em uma árvore – fato que lhe rendeu o apelido de ‘menino-passarinho’ – e, quando as chuvas vieram, ganhou uma barraca dos moradores de um edifício colado ao shopping Higienópolis.

Mas teve a barraca atacada com creolina. Depois no mês passado, perdeu sua segunda morada, quando emprestou a barraca para outros garotos e foi roubado: perdeu os R$ 300 que ganhou de moradores, amigos e curiosos dispostos a ajudá-lo.

O grupo não costuma ter problemas com vizinhos, mas um morador de um dos prédios em que G. foi acolhido em Higienópolis convocou uma reunião para manifestar seu descontentamento com a presença do garoto.

“Ele foi a pedra no sapato de um bairro nobre”, disse o universitário Wil Schmaltz, 25 anos, que também acolhe G. em sua república.

Solidariedade
Um grupo de seis pessoas – moradores de Higienópolis e Campos Elíseos – se mobilizou e criou uma espécie de rodízio para receber G., que dorme cada dia em uma casa.

“Tomamos a decisão com o coração, não queríamos deixá-lo na rua. Já tinha acontecido o ataque com creolina, depois os meninos que entraram na barraca”, conta a dona de casa Ana Cristina Campos, 47 anos, que abriga G. em seu apartamento.

“A experiência acabou sendo rica para todo mundo. Meus filhos, por exemplo, perceberam que a vida não é tão fácil, que não é todo mundo que tem o que eles têm, que o G. poderia estar na rua, estar morto ou machucado”, continua Ana, que tem três filhos com idades entre 14 e 24 anos.

O sobrinho que também vive com ela concorda. “A casa ficou mais viva com ele. Todo mundo gosta muito dele aqui”, diz o estudante Christiano Marcos, 21 anos.

Volta para casa
Depois de três semanas de acolhimento, G. manifestou desejo de voltar para a mãe, que vive em Cachoeiras de Macacu, na região de Nova Friburgo (RJ) – até então, ele dizia que queria ser adotado e, devido a denúncias de maus tratos no passado, já existe até mesmo um processo de destituição do poder familiar correndo no Rio.

A notícia foi bem recebida pelo grupo, que manteve contato com a mãe de G. durante todo esse tempo.“Acho que ele chegou a um limite, está há muito tempo fora de casa. A gente realmente queria que ele sentisse falta (da mãe), mas até então não tinha falado nenhuma vez em voltar”, conta a psicóloga Luciana Sodré Cardoso, 44 anos, que é a responsável (extrajudicial) por G. em São Paulo e ajuda o garoto desde sua primeira passagem pela capital.

Diante da vontade de G. de rever a mãe, Luciana e Wil Schmaltz planejaram levá-lo de volta para casa no último sábado.

“Um psiquiatra que nos ajudou explicou que o G. não assimila muito bem o aprendizado e não sabe lidar com as emoções. É um problema que ele tem. Então a gente está explicando que existe uma forma de lidar com ele, que tem uma idade mental inferior”, diz Luciana.

“A mãe está feliz. Está bem receptiva, agradecendo. Está bem disposta, aparentemente. Realmente, convivendo com ele, a gente vê que não é fácil. Tem que ter uma rotina certa.”

Com informações do Terra

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