Embrapa cria bioinseticida que mata larva do mosquito da dengue
Acaba de ser criado no Brasil um bioinseticida que ataca especificamente larvas do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zica, chikungunya e febre-amarela.
O novo inseticida biológico nasceu de uma parceira entre a empresa Strike, de Alagoas, e a Embrapa.
O bioinseticida foi criado a partir da bactéria Bti (Bacillus thuringiensis israelensis). Velha conhecida da pesquisa agropecuária, ela é específica para só atacar as larvas do Aedes aegypti, por isso é inofensiva aos outros seres vivos.
Esse microrganismo é usado em programas de controle biológico em todo o mundo há mais de quatro décadas e nunca houve registros de casos de intoxicação humana ou de resistência da praga-alvo.
Seu uso é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em campanhas de controle de combate a insetos transmissores de doenças, até mesmo com aplicação na água destinada ao consumo humano.
O produto tem resistência a altas temperaturas e aos raios ultravioletas (UV) do sol, o que o torna ideal para ser usado sob o clima tropical brasileiro.
Vendas
O produto está em fase final de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Chamado de STRIKE Bio-BTI, ele poderá ser vendido diretamente ao consumidor em supermercados, floriculturas e outras lojas do ramo, graças a uma recente mudança na regulamentação da Agência, voltada ao registro de saneantes.
Antes, a venda desse tipo de produto era restrita a empresas especializadas ou para campanhas de saúde pública.
Segundo a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Rose Monnerat, que participou do desenvolvimento do bioinseticida, com apenas uma gota para cada litro de água, o novo bioinseticida é capaz de matar as larvas do mosquito nos criadouros.
O produto deve ser aplicado em locais nos quais o inseto se reproduz, como, por exemplo, caixas d’água, vasos de plantas, aquários, espelhos d’água, entre outros locais que acumulam água.
Com informações da Embrapa