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Brasil

Foto de resistência de alunos de Odonto no Dia da Consciência Negra

- Por Só Notícia Boa
Protesto de alunos da UFJF - Foto: Gustavo Maximiano

No Dia Da Consciência Negra, alunos de odontologia da UFJF, Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais, fizeram esta foto representativa das pessoas negras/afrodescendentes que fazem o curso – semelhante à foto dos formandos negros da UFRB, na Bahia.

“A presença dessas 22 pessoas é revolucionária e necessária! É fundamental frisar o quão importante é a figura de um cirurgião-dentista negro ocupando novos espaços e construindo novas narrativas”.

O protesto em forma de resistência, postado no perfil do Diretório Acadêmico da Universidade no Instagram, mostra que dos 400 alunos do curso, apenas 22 são negros.

A autora do texto, a aluna Grazielle Christina Oliveira, de 20 anos, disse em entrevista ao SóNotíciaBoa que, apesar de poucos, os alunos negros de Odonto estão fazendo história.

“Este é um momento histórico e tal união e mobilização dos alunos, é de grande representatividade”, afirmou.

A jovem, filha de pai gerente e mãe dona de casa, está no 5º período de Odonto na UFJF.

Inspiração

Grazielle diz que ter mais negros no mercado de trabalho pode inspirar outras pessoas.

“Quando uma criança negra entrar no consultório de alguém da foto, irá se deparar com um profissional negro e enxergará a semelhança. “A tia (o) é igual a mim, tem o cabelo igual o meu, a pele igual a minha… se ela conseguiu eu também posso ser dentista, médica, engenheira, o que eu quiser!”, escreveu.

Mas ela questiona a quantidade de negros no curso.

“A foto fala por si… existe algo errado. Ainda vivemos uma falsa democracia racial, onde muito se fala “somos todos iguais!”. Na prática ainda existem lugares em que não iremos encontrar negros e lugares que sabemos que esses são a maioria”, afirma.

E Grazielle fez um apelo à resistência:

“Estamos fazendo história. Nunca desistam de estar aqui e ocupar novos lugares. Precisamos estar em mais lugares. Precisamos de professores negros, palestrantes negros e mais acadêmicos negros. O futuro tem urgência de nós”, concluiu.

Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotíciaBoa

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