Parkinson e trombose: veneno de jararaca poderá combater as doenças

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Por Bruno M.
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jararaca

 isolaram moléculas do veneno da serpente e descobriram aplicações para combater doenças neurodegenerativas e ligadas à coagulação do sangue

Marco Túlio Pires, do Rio de Janeiro

Um picada de jararaca, uma das cobras mais venenosas da fauna brasileira, libera toxinas que podem causar paralisia, hemorragia e falência dos rins.
Mas dois grupos de pesquisa brasileiros,  da USP e da UFRJ, isolaram moléculas do veneno da serpente e descobriram substâncias que podem ajudar no tratamento de doenças neurodegenerativas, ligadas à coagulação do sangue, como o mal de Parkinson e a trombose . 
O primeiro trabalho, chefiado pelo biólogo alemão Henning Ulrich, da Universidade de São Paulo, mostra que uma molécula presente no veneno da jararaca, a bradicinina, pode ajudar a estimular a formação de células nervosas no cérebro. Isso quer dizer que doenças degenerativas, como o Parkinson, têm chances de serem tratadas com a substância.
O outro estudo, coordenado pela professora Lina Zingali, da UFRJ, descobriu que duas substâncias isoladas do veneno da jararaca podem ajudar no tratamento de doenças ligadas à coagulação do sangue, como a trombose.
A equipe de Ulrich percebeu também que, em ratos que sofreram um derrame, a bradicinina ajuda a impedir a morte das células saudáveis.
O tratamento em humanos, contudo, ainda está longe. Ulrich explicou que a pesquisa precisa migrar dos modelos animais para os humanos, e um tratamento pode demorar até 10 anos para virar realidade. Detalhes na Veja