Amor proibido, que tinha tudo pra dar errado, completa bodas de ouro

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Por Bruno M.
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Por Rinaldo de Oliveira, para o SóNotíciaBoa

A história tinha tudo pra dar errado, terminar no meio do caminho, ou nem acontecer…

Eles eram dois jovens de classes sociais diferentes.

O pai dele, marceneiro, morava de aluguel.

O dela, um comerciante melhor de vida, nem podia olhar na cara do namoradinho da filha.

O rapaz, dos anos 60, usava brilhantina pra levantar o topete, fumava, vivia nos bailes, era namorador e tinha fama de andar em más companhias.

A moça tinha corpinho de violão, quase foi miss, tinha quarto de princesa e um pai que era uma fera.

Em comum os jovens tinham um amor daqueles de filme. Se gostavam contra tudo e todos.

E eram obrigados a namorar às escondidas.

Ela chegava a pular a janela do quarto à noite pra sair e se encontrar com o amado.

E olha que casou virgem… outros tempos.

Como sempre acontece, quanto mais proibiam, mais Zilda e Amândio se gostavam.

Numa tentativa desesperada de separar a filha do rapaz, o pai dela vendeu tudo o que tinha em São Paulo e levou a família para São José dos Campos, no interior do Estado.

Não adiantou. O rapaz obstinado pegava o ônibus, aos finais de semana, e viajava para encontrar a amada.

A contragosto do pai bravo, que achava que o moço não era pra filha dele, o romance cresceu.

Os dois ficaram noivos., se casaram anos depois, tiveram 2 filhos e se tornaram comerciantes.

Juntos batalharam pra comprar a primeira casa, depois outro imóvel, carros… traçaram o próprio destino.

O casal provou que o pai da moça estava errado nas impressões que tinha do genro.

Zilda e Amândio seguram as barras da vida segurando um na mão do outro. Tiveram netos, viajaram, superaram doenças, problemas financeiros, e hoje contrariando todas as previsões, eles completaram 50 anos de casados.

Um dado bacana, lembrado pelo meu irmão, é que a gente nunca viu os dois brigando, falando palavrão, levantando a voz um para o outro, nem se desrespeitando.

Nosso avô morreu cedo. Não acompanhou metade dessa longa história de vida e amor que ele desacreditou, mas deve estar feliz por te se enganado redondamente.

Mãe e pai: eu me orgulho da persistência de vocês, que transformaram um amor impossível numa história de vida, pra ser lembrada, contada, e seguida como exemplo por gente que não teve a mesma coragem pra enfrentar e assumir o que sentia.

Gente que exitou, ouviu os medos, os pais, a razão, duvidou das razões do coração… e deixou de viver uma grande história de amor, como a de vocês, porque não teve determinação e ousadia.

Parabéns mãe, parabéns pai! Me orgulho de vocês!

O amor venceu!