Por Roberto Garini
Quero ser namorado. Não no substantivo, mas no adjetivo.
Quero ser namorado por alguém.
Alguém que compartilhe, que construa, que cuide, que fique ao lado e que seja a minha eterna namorada, essa no substantivo.
Esse dia é para aqueles que querem demonstrar que “ser namorado” , é mais importante e está acima de “ter namorado”.
Ser namorado é esperar que o outro mande um presente especial, não um presente do ter namorado, mas um presente da alma, um simples “Te amo”.
Um “Te amo” que sai do coração, não da voz.
Essa frase comum toma forma de presente quando a gente se sente namorado, namorado pelo olhar, namorado pelo abraço, namorado pelo carinho de arrumar a gola amassada da camisa… coisas simples que o leve toque diz, mais que muitas palavras.
Toque de sentidos, toque de sentimentos, toque da disposição de ser facilmente comovido por algo: a simples emoção eterna do namorar.
Sentir-se namorado é a felicidade plena do encontro.
Todo encontro tem uma “razão de ser” e não “razão de ter”.
Encontro com razão de ter, de existir, não tem sentido, é coisa forçada, e ser é natural.
S’aint Exupéry, autor do Voo Noturno e do Pequeno Príncipe, escreveu um poema de nome Acaso, que diz:
“Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só nem nos deixa sós.
Leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo. “
Para mim, no dia dos namorados, a frase muda um pouco.
Leva o ser namorado no substantivo e deixa o ser namorado no adjetivo.
Por isso acho que eu e todos querem uma namorada substantivo, que se deixe ser namorada no adjetivo.
Quero poder olhar enamorado, quero poder abraçar enamoradamente, quero poder passear apaixonado, quero poder ser galanteado, quero poder ser amoroso, quero tudo o que um ser namorado possa fazer, para dar o meu presente dos dias dos namorados.
O presente de um grande amor, que me faça conjugar o verbo namorar em todos os tempos, não só no presente.
