O cearense Ítalo Alves, de 23 anos, diz não se lembrar de ter passado ao menos um dia em que não sofreu preconceito ou agressões.
E ele usou o problema como escada para ajudar que outras pessoas não sejam discriminadas por sua orientação sexual.
Ítalo foi o único brasileiro a ser selecionado para a primeira turma do Schwarzian Scholars, programa de mestrado na Universidade de Tsinghua, na China. O mestrado pretende preparar uma nova geração de líderes.
“Por muito tempo sofri bullying por ser gay e durante muitos anos não soube o que fazer para combater isso. Hoje, eu quero estudar para poder ser um bom representante dessa comunidade e para que um dia mais ninguém passe pelo o que nós passamos hoje”, disse Alves.
A Schwarzman Scholars se propos a oferecer um curso para estudar o cenário geopolítico do século 21, com ênfase em políticas públicas; economia e negócios e relações internacionais.
Para a primeira turma, foram selecionados 111 jovens de 32 países, dentre mais de 3 mil inscritos.
“O programa vai dar a chance para que os melhores e mais brilhantes estudantes do mundo desenvolvam sua capacidade de liderança e suas conexões profissionais”, diz a apresentação do curso.
História
Único brasileiro da turma, Alves estudou a vida toda em escolas públicas de Fortaleza. “Sempre gostei muito de estudar, por isso, aproveitava cada oportunidade que pudesse me oferecer mais conhecimento”, disse.
Aos 17 anos, ele fundou a ONG React and Change, com a proposta de promover a igualdade de gênero para jovens.
Foi essa organização que abriu as primeiras portas para Alves, que conseguiu através dela participar de um programa de seleção para fazer a graduação nos Estados Unidos, onde cursou Políticas Públicas na Universidade de Quinnipiac.
O programa começa em julho e terá um ano de duração.
Com informações do Estadao