Um tapa no preconceito com a cara limpa.
Um documentário corajoso, ousado e realista faz o internauta se perguntar: por que eu não gosto de “bicha”? Qual é real o motivo?
Por que eu me sinto tão afrontado quando vejo uma “bicha” se requebrando ao passar?
As respostas para essas perguntas levaram o documentário do pernambucano Marlon Parente, lançado sábado, dia 20, a bater 270 mil acessos em uma semana. (assista abaixo)
Ele teve a ideia de criar o documentário depois de passar por um episódio de agressão na rua por sua orientação sexual.
O vídeo desconstrói o significado negativo da palavra “bicha”.
“Esse filme fala, antes de tudo, de amor. Para ser mais exato: de amor próprio. A palavra “bicha” vem sendo usada de forma errada, como xingamento. Quando na verdade, deveríamos tomar como elogio”, diz a apresentação do filme.
Igor Ferreira, 19, pertencia a igreja: “Queriam me xingar de bicha, gay, viado, e eu não queria aqueles adjetivos para mim. Passei a odiar isso e parecia que [esses termos] só existiam para me zoarem. A palavra me machucava e reforçava meu pensamento de não querer ser bicha”.
Igor é um dos 6 jovens que dão depoimentos no filme: Orlando Dantas, Peu Carneiro, João Pedro Simões, Italo Amorim e Bruno Delgado, todos nordestinos.
Além de contar suas histórias, os jovens falam como foram a descoberta da homossexualidade, do preconceito, as situações violentas que viveram e como se revelaram aos pais.
Em trecho do documentário, Orlando Dantas, 22, foi confrontado pelo pai: “ele me perguntou: ” aí? Agora tu é veado? É bicha?” Mas eu não chorei. Se eu chorasse estaria me colocando como culpado de uma coisa que não sou, que é uma coisa natural. Essa coisa da não-aceitação que não é natural”, diz o jovem, em vídeo.
Assista e meça a quantas anda o seu preconceito.
Com informações do Terra e G1