Brasileiro que catava latinhas pra estudar vai para Harvard

Um ex-catador de latinhas, que vendia material reciclável para comprar apostilas, agora vai estudar na Universidade de Harvard, nos EUA, uma das mais importantes do mundo.
Filho de faxineira, Ciswal Santos, de 31 anos, é de Juazeiro do Norte, no Ceará.
Hoje ele é professor da computação e foi selecionado para desenvolver um projeto que pode ajudar milhares de pessoas de sua cidade: gerar energia solar de forma sustentável com um aparelho que custa pouco mais de um salário mínimo.
História
Ciswal Santos trabalhava num supermercado e catava latinhas depois das aulas.
Ele ingressou na faculdade aos 16 anos e teve que “se virar” para manter os estudos.
“Sou filho de uma faxineira; minha mãe, Valdenora, sempre trabalhou para nos dar comida. Só que precisava de dinheiro para comprar materiais, farda e xerox de apostilas. Não tinha como comprar livros. Comecei a trabalhar em um mercantil ganhando R$ 20 por semana, porém às vezes nem recebia, pois levava comida do mercantil para casa e era descontado”, lembra o professor.
“Me formei graças às latinhas. Como o dinheiro era pouco, vi no lixo a oportunidade de suprir minha necessidade e minha vontade de estudar. Quando eu saía da faculdade à noite, andava pelos bares de Juazeiro do Norte catando latinhas de cerveja para vender no quilo, isso eu ainda fardado”, lembra o professor.
No momento em que ele chegou perto de desistir, Ciswal conta que recebeu apoio do proprietário do bar onde ele catava as latas.
“Me senti um nada e chorei. Contei a ele [o proprietário do comércio] o motivo. Ele colocou a mão no meu ombro e disse que eu não precisava me envergonhar e que eu não fosse mais lá tão tarde e usasse esse tempo para estudar mais, que ele guardaria essas latinhas para eu pegar pela manhã”, lembra o professor.
“Assim eu me formei, graças a esse anjo e às latinhas de cervejas que peguei no lixo”, completa.
O projeto
O professor elaborou um projeto para desenvolver um equipamento que reduz em 70% o consumo de energia de uma residência de uma família de classe média, com quatro pessoas.
A ferramenta é orçada atualmente em cerca de R$ 2,2 mil.
“Ainda não é o preço que eu quero. Já tive contato com pessoas que desenvolvem tecnologia asiática – que está bem a nossa frente – e podemos fazer uso dessa tecnologia para reduzir o custo do equipamento para R$ 1,2 mil, mas o objetivo final é baratear para um salário mínimo, para que qualquer trabalhador possa comprar.”
Nessa fase do projeto, explica Ciswal, ele não pode receber nenhum apoio privado para criar a máquina de energia solar.
“Pela política da Universidade de Harvard, ainda não pode receber valor de empresa privada, é contra os valores deles.”
Em Harvard
Ele vai receber aulas on-line de professores de Harvard por 18 meses, podendo prorrogar o período letivo por mais 18 meses, e a partir daí angariar recursos públicos e privados para criar o equipamento de energia solar sustentável.
“É um projeto que supre energia para iluminação e muitos equipamentos. Ele só não sustenta motores mais potentes, como os de geladeira e máquina de lavar”, explica o autor da ideia.
Superação
Além de lecionar, Ciswal Santos é tricampeão de judô – atividade que pratica desde a adolescência – e campeão nordestino de xadrez.
Ele concilia a profissão de professor com o cargo de gerente de manutenção em uma empresa na cidade em que vive.
Com todas as atividades, ele ainda conseguiu tempo para escrever o livro “Pensamento que Fazem Crescer”.
“Nunca use pretexto que você não teve oportunidade de estudar na vida, pois para tudo sempre há um jeito. Talvez você chore, sofra, mas é possível ser um vencedor”, finaliza.
Com informações do G1

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