Jogar xadrez e fazer palavras cruzadas reduz risco de demência

Cientistas descobriram que manter alguns hábitos diários ajuda não apenas o bem-estar, como favorece bastante a saúde mental. É o caso do xadrez e das palavras cruzadas, que são duas maneiras excelentes de reduzir o risco de demência em 11%.
A conclusão é de pesquisadores da Austrália, que também incluem na lista de “afazeres do bem” escrever cartas, fazer aulas e jogar jogos mentalmente estimulantes, como quebra-cabeças.
Para o estudo, foram coletados dados de mais de 10.300 homens e mulheres, com idade média de 74 anos. Todos eram saudáveis e foram analisados no período de março de 2010 a novembro de 2020.
O estudo
Uma pesquisa passa a ser considerada quando publicada em um meio científico reconhecido. No caso esta pesquisa foi publicada, no último dia 14, no Jama Network Open.
“Essas descobertas destacam os tipos de atividades que podem ser mais benéficas para preservar a saúde cognitiva com o envelhecimento”, disse a principal pesquisadora Joanne Ryan, chefe da unidade de neuropsiquiatria biológica e demência da Monash University, em Melbourne.
Atividades em geral
De acordo com os cientistas, também devem ser consideradas atividades artísticas que associadas à lista de afazeres anterior ajudam na redução de risco de demência.
Além o xadrez e palavras cruzadas, estão escrever cartas, fazer aulas e jogar jogos mentalmente estimulantes, como quebra-cabeças, os pesquisadores observam atividades em artesanato, marcenaria, metalurgia, pintura e desenho são essenciais para adiar ou impedir o risco da demência.
Os cientistas também consideram como essenciais atividades denominadas passivas, como ler, assistir televisão e ouvir música ou rádio, que contribuem para impedir o declínio mental, mas em menor grau.
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Causa e efeito
“Não podemos mostrar uma relação de causa e efeito”, disse Joanne. “Mas essas atividades provavelmente ajudam a manter e construir redes neurais no cérebro e, por meio dessas atividades, podemos desenvolver novos conhecimentos e novas formas de pensar sobre as coisas, que chamamos de construção de reserva cognitiva.”
Segundo a pesquisadora, essas atividades podem ajudar as pessoas a manter uma boa função cognitiva, mesmo que tenham algum grau de Alzheimer ou demência vascular, disse ela.
“[As atividades] podem desenvolver mecanismos compensatórios e, portanto, não desenvolver demência até mais tarde”, afirmou.
Para a pesquisa, foram consideradas as diferenças de educação e status socioeconômico, bem como o estado de saúde.
“É possível que as pessoas que se envolvem regularmente nessas atividades mentais sejam diferentes de outras maneiras que não conseguimos explicar, o que explica por que eles reduziram o risco de demência”, afirmou a cientista.
Aprendizado constante
Inicialmente, os cientistas concluíram que a manutenção do chamado “aprendizado constante” ajuda na redução do risco de demência.
“O aprendizado contínuo e o envolvimento em novas atividades que desafiam e estimulam a mente podem ser a melhor maneira de ajudar a promover uma boa função cognitiva com a idade”, afirmou Joanne.
O presidente de medicina e gerontologista do Staten Island University Hospital, na cidade de Nova Iorque (EUA), Theodore Strange, disse que não restam dúvidas de que música, arte, outras atividades e palavras cruzadas “ajudam a reduzir a transição para a demência.
“Mesmo o acúmulo de placas pode diminuir com o tempo se você continuar a fazer essas atividades cognitivas que usam o cérebro”, disse ele.
O cérebro não é um músculo, disse Strange, mas, como um músculo, pode atrofiar se não for usado. Não está claro, no entanto, como a atividade mental protege o cérebro, observou ele.
Ainda assim, “um estilo de vida saudável, um estilo de vida ativo, um estilo de vida com atividades que utilizam o cérebro são importantes para manter o cérebro funcionando pelo maior período de tempo possível”, acrescentou Strange.
Com informações de KDHNews

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