Equipe médica separa gêmeas unidas pela cabeça após cirurgia de 25 horas

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Por Renata Giraldi
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Na companhia dos pais, as gêmeas Allana e Mariah se recuperam na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), após a cirurgia que separou as meninas unidas pela cabeça — Foto: Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto

Após 25 horas de operação, equipe médica do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP) concluiu a cirurgia para separar as gêmeas unidas pela cabeça. As meninas Allana e Mariah, de 2 anos, seguem em observação e passam bem. Não há ainda previsão de alta.

No sábado (19) começou a cirurgia que acabou apenas no domingo (20) tamanha a complexidade do processo de separação das gêmeas, os médicos, enfermeiros e técnicos concluíram a operação, considerando que foi um sucesso.

Ao todo, 50 profissionais participaram entre médicos, enfermeiros, instrumentadores e equipe de apoio.

Caso raro

De acordo com dados médicos, o caso das gêmeas siamesas é extremamente raro, com um registro a cada 2,5 milhões de nascimentos. As irmãs nasceram em Ribeirão Preto no dia 9 de dezembro de 2020, mas vivem com a família em Piquerobi (SP).

A anomalia foi diagnosticada quando elas ainda estavam na barriga da mãe. Desde 2021, elas são acompanhadas no HC.

Nas redes sociais, a cirurgia foi elogiada por profissionais e pessoas que acompanham a evolução das gêmeas unidas pela cabeça.

“Parabéns a toda equipe do HCRP”, afirmou uma internauta.

Outra acrescentou que: “Vai dar tudo certo, assim como foi na vida das minhas meninas será na delas, grande HC grandes médicos grande SUS”.

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Cirurgia complexa

A equipe médica usou neuronavegação na terceira cirurgia para separar as gêmeas irmãs Allana e Mariah.

A cirurgia envolveu a dissecção de cerca de 25% dos vasos sanguíneos que ainda restavam separar, depois as gêmeas foram submetidas à cranioplastia, etapa para fechar a calota craniana e da pele que recobre a cabeça de cada uma das meninas.

Próximo da data da operação, Allana e Mariah passaram por um procedimento de expansão final das bolsas instaladas sob a pele das cabeças para ganhar ‘espaço’ para a cobertura craniana, que será feita após a separação.

De acordo com os médicos, as bolsas atingiram volumes de 530 ml e 670 ml cada.

Elas também passaram por exames de ressonância magnética e tomografia para checagem das condições cerebrais para a cirurgia de separação total.

Muitos procedimentos e etapas 

Inicialmente, essa cirurgia estava marcada para julho, depois foi adiada porque as gêmeas apresentaram suspeitas de dengue. Foi a quarta operação desde que Allana e Mariah nasceram.

Em março, houve a penúltima num procedimento que durou sete horas. Em novembro de 2022, ocorreu a segunda cirurgia e, em agosto de 2022, as gêmeas tiveram as veias do cérebro separadas.

Outros detalhes serão fornecidos em setembro, quando se espera que as gêmeas tenham saído da Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

As gêmeas Allana e Mariah foram operadas no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, SP — Foto: Divulgação HC Ribeirão

As gêmeas Allana e Mariah foram operadas no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, SP — Foto: Divulgação HC Ribeirão

As gêmeas que nasceram unidas pela cabeça evoluem bem após cirurgia em SP:


Equipe médica do interior de SP fez cirurgia para separar gêmeas siamesas

Com informações ABCFM