SUS do Rio vai disponibilizar cannabis medicinal para tratar doenças como epilepsia

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Por Vitor Guerra
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O SUS do Rio vai fornecer cannabis medicinal gratuitamente para pacientes com doenças como epilepsia. É lei. - Foto: Reprodução/Agência O Globo.

O governo do Rio sancionou e o Sistema Único de Saúde (SUS) estadual, vai fornecer cannabis medicinal gratuitamente para tratamento de várias doenças. O medicamento pode ajudar principalmente pacientes com epilepsia!

Publicada no diário oficial no dia 6, a norma já está valendo, mas ainda vai passar por uma regulamentação. Para ter acesso aos medicamentos com canabidiol, o paciente deve apresentar prescrição médica acompanhada de laudo que comprove que o remédio é a melhor alternativa.

“O fornecimento pelo SUS é importante não só para melhorar a qualidade de vida de quem precisa e não pode pagar, mas também porque pode diminuir a quantidade de outros medicamentos que os pacientes fazem uso e que também são custosos para a saúde pública”, disse André Luiz Lima, pai da Letícia de 6 anos, que usa o medicamento desde os 6 meses de idade.

Virou lei

Apesar de todos os entraves que rolam por trás da aprovação de medicamentos à base de canabidiol, o Rio de Janeiro deu um passo importante com essa nova lei.

Antes, o fornecimento era feito a partir de decisão judicial, e a autorização era individual.

O Rio é o primeiro estado brasileiro a aprovar uma lei pró-canabidiol, mas é o 11º a incluí-lo no SUS.

Pacientes comemoram

Quem depende do medicamento, como André Luiz Lima, comemora. Ele é pai de uma menina que tem diagnóstico de má formação cerebral e epilepsia refratária.

A filha dele já usava diversos medicamentos, mas nenhum era capaz de controlar as mais de 100 crises que a garotinha tinha.

“A cannabis foi um divisor de águas nas nossas vidas, porque, além de controlar as crises, vem ajudando no desenvolvimento cognitivo da Letícia”, contou.

Como será o acesso

Além da prescrição médica e laudo, o paciente vai precisar comprovar que não tem condições financeiras para ter acesso ao medicamento.

Ele também deverá apresentar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

A coordenação da fase inicial fica sob a responsabilidade da Farmácia Viva do SUS. O Governo do Estado também vai desenvolver programas de investimento na formação técnico-científica e de capacitação para profissionais da área da saúde.

“A primeira coisa é conseguir uma receita. Com a lei, os médicos da UPAs e das clínicas de família ligadas ao SUS estadual já podem receitar. No entanto, se a pessoa for na farmácia amanhã, provavelmente o SUS não vai ter o remédio em estoque. Tem que esperar o estado comprar”, explicou o deputado Carlos Minc (PSB).

Como é no Brasil?

Atualmente, mais de 15 estados brasileiros possuem legislações que atuam para facilitar o acesso à cannabis medicinal ou fornecimento gratuito pelo SUS.

Espírito Santo, Goiás e São Paulo são alguns deles.

A maioria das medidas saiu entre 2022 e 2023, o que mostra que o país vem avançando lentamente na prática.

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Produção local

Agora, segundo Carlos Minc, a próxima batalha é garantir a produção local do medicamento.

“Tornamos gratuito apenas para os pobres. Mas a classe média que precisa, paga muito caro, porque é importado. Se fosse produzido aqui, poderíamos reduzir a um terço do preço”, explicou o autor da lei.

Os pacientes vão precisar de laudo comprovamento a eficácia do medicamento para o tratamento. Foto: Reprodução/Unsplash.

Os pacientes vão precisar de laudo comprovamento a eficácia do medicamento para o tratamento. Foto: Reprodução/Unsplash.

Com informações de O Globo.