Pai doa medula e salva filho de 3 meses com doença rara

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Por Vitor Guerra
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O pai doou a medula para o filho depois do bebê ser diagnosticado com uma doença grave. Foto: Reprodução/HCB.

Um pai foi o doador de medula para o próprio filho, que corria alto risco de vida depois de ser diagnosticado com uma doença grave. O transplante foi um sucesso e o bebê passa agora por tratamentos de segurança.

O pequeno Miguel, morador de Riacho Fundo (DF), foi diagnosticado com uma grave imunodeficiência. Sem o transplante, ele ficava sensível a infecções causadas por vírus, bactérias ou fungos. O pai, Francisco Fagner, fez os testes, viu que era compatível e agiu para salvar a vida do filho recém nascido.

“Fiquei feliz demais em poder doar. Desde o início eu já falava que , se todos fôssemos compatíveis da mesma forma, eu que doaria”, relembrou.

Diagnóstico no pezinho

Miguel nasceu no Hospital Materno-Infantil de Brasília (HMIB) em agosto.

Quando os médicos receberam o resultado do teste do pezinho da criança, notaram que havia algo errado.

“Logo após ele nascer, voltamos para casa. Poucos dias depois, recebemos uma ligação do hospital, dizendo que havia alguns problemas no teste do pezinho do meu filho”, explicou Nara Rodrigues, mãe do pequeno.

O resultado final saiu em 25 de setembro e confirmou: Miguel tinha SCID, imunodeficiência combinada grave.

Tratamento inicial

Segundo Nara, os médicos foram super-atenciosos e o tratamento começou logo cedo.

“Foram necessárias algumas medicações para que ele não ficasse doente antes do transplante. Em todo esse processo, a equipe do hospital foi super-cuidadosa comigo e com minha família”, relatou.

Pai compatível

O irmão e o pai do menino logo passaram por testes para ver a compatibilidade.

E a notícia boa saiu: O pai da criança era compatível!

O procedimento foi realizado em novembro, mas só foi divulgado nesta semana após a confirmação de que a medula foi aceita pelo organismo de Miguel.

Além disso, o pequeno Miguel Rodrigues foi o primeiro paciente da história do Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) a receber um transplante de medula óssea após ter a doença detectada na triagem neonatal.

“Agora é só felicidade. Todo esse momento já foi superado. Vamos aguardar ele completar seis meses para que ele possa tomar as vacinas”, comemorou a mãe.

Nara ainda fez questão de elogiar a rapidez do procedimento e o trabalho dos profissionais do HCB.

“A primeira coisa que fiz ao saber da doença foi procurar na internet. Fez muita diferença esse trabalho do HCB”, concluiu.

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Como me tornar doador?

No Brasil, para se tornar doador de medula óssea é preciso seguir alguns pré-requisitos:

  • Ter entre 18 e 35 anos de idade (Portaria nº 685, de 16 de junho de 2021 – abre em nova janela)
  • Estar em bom estado de saúde
  • Não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue (como infecção pelo HIV ou hepatite)
  • Não apresentar história de doença neoplásica (câncer), hematológica ou autoimune (como
    lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide).

Se você se encaixa no perfil acima, procure o Hemocentro mais próximo de sua cidade e se cadastre no Redome, o Registro de Doadores Voluntários de Medula Óssea.

O usuário permanece ativo no Redome até completar 60 anos.

Agora, Miguel seguirá em acompanha apenas para exames de rotina. Foto: Reprodução/HCB.

Agora, Miguel seguirá em acompanha apenas para exames de rotina. Foto: Reprodução/HCB.

Com informações de Correio Braziliense e Governo Federal.