Viva São João! Viva Santo Antonio! As festas “joaninas” do Brasil

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Por Bruno M.
Imagem de capa para Viva São João! Viva Santo Antonio! As festas “joaninas” do Brasil
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Por Big Richard
Na época da colonização do Brasil, após o ano de 1500, o processo de desenvolvimento e assimilação cultural, fez, com que o país absorvesse muitas características da cultura européia e, das demais culturas que vieram a formar o que conhecemos como Brasil.
As festas em homenagem aos santos populares que, também, eram uma característica dos outros povos que formaram o povo brasileiro, é o que nos marca fortemente até hoje.
Os negros e os índios que viviam no Brasil não tiveram dificuldade em se adaptar às festas juninas, pois são muito parecidas com as de suas culturas.
O surgimento dessas festas foi no período pré-gregoriano, como uma festa pagã em comemoração à grande fertilidade da terra, às boas colheitas, na época em que denominaram de solstício de verão.
Essas comemorações também aconteciam no dia 24 de junho, para nós, dia de São João.
As festas eram conhecidas como Joaninas e receberam esse nome para homenagear João Batista, primo de Jesus, que, segundo as escrituras bíblicas, gostava de batizar as pessoas, purificando-as para a vinda de Jesus.
Assim, passou a ser uma comemoração da igreja católica, onde homenageiam três santos: no dia 13 a festa é para Santo Antônio; no dia 24, para São João; e no dia 29, para São Pedro.
Ao longo dos anos estes festejos foram sendo difundidos e assimilados por todo território nacional, principalmente a partir da primeira república, onde, apoiados em teorias de construção da identidade brasileira, fortemente encampada pelos governos da época, tivemos o fortalecimento da concepção de identidade nacional e a aceitação da idéia de que o Brasil era um país ímpar, porque, mestiço.
Deste modo e, secundado teoricamente pelas publicações de estudiosos, tais, como Silvio Romero, Alexinia de Margalhães, Gilberto freire, Nina Rodrigues, Sérgio Buarque de Holanda, entre outros, os festejos juninos foram incorporados por comunidades não cristãs e, se difundiram pelo Brasil, como um festejo brasileiro, antes de se-lo religioso.
Apesar disso, foi no nordeste que se enraizou o que conhecemos hoje como festejos juninos tradicionais, tornando-se forte na cultura local.
Nessa região, as comemorações são bem acirradas, duram um mês, e são realizados vários concursos para eleger os melhores grupos que dançam a quadrilha.
Esta movimentação em torno da festa junina nordestina, gera importantes dividendos para os estados e municípios: atrai turistas para as cidades, aumentando significativamente a renda local.
Festa Junina na Bahia
Depois do carnaval, a festa mais esperada do interior da Bahia, o São João, movimenta todas as suas 417 cidades e atraem milhares de turistas de todos os lugares do Brasil para curtirem festa junina no Recôncavo Baiano.
As atrações vão desde grupos regionais até atrações nacionais como Leonardo, Alceu Valença, Mastruz com Leite e Aviões do Forró, dentre outros, a manifestações populares como a quadrilha, queima de espadas, brincadeiras e comidas típicas.
O São João da Bahia é a maior festa regional do Brasil.
Os  Turistas que buscam conhecer melhor a cultura nordestina e pretendem visitar as cidades do recôncavo baiano, como, Maragogipe, Cruz das Almas, Cachoeira, entre outras, certamente vão se deliciar.
O São João da Bahia resgata costumes da cultura popular como quadrilhas juninas, casamento na roça, comidas e bebidas típicas, além de shows de forró de grandes bandas e artistas nordestinas. 
Em Cruz das Almas, uma das maiores atrações do São João é a tradicional guerra de espadas, um espetáculo de luzes, cores e coragem apresentado em algumas ruas reservadas da cidade.
Uma legião de guerreiros realiza um verdadeiro espetáculo no centro da cidade, no dia 24 de junho, com roupas e proteções especiais, como uma espécie de armadura.
Nem tudo são flores na organização e promoção do São João nas cidades do interior baiano .
Como a data atrai muitos turistas e, chama a atenção para o governo local, muitas prefeituras usam o artifício da contratação de artistas de sucesso com o objetivo de angariar popularidade entre os cidadãos locais.
É o caso da prefeitura do município de Cachoeira, onde a prefeitura local anunciou a banda Chiclete Com Banana como principal nome dos festejos juninos.
Isto causou um tremendo reboliço entre os habitantes locais, inconformados com o nome destoante das tradições juninas e, também com o alto cachê a ser pago.

 

Festas e comemorações no recôncavo 
A cidade de Cachoeira, que é a matriz das cidades do recôncavo, com grande importância para o Brasil dos séculos XVIII e XIX, terra de Ana Néri, da família Rebouças, entre tantos outros, faz jus à condição de cidade baiana: é uma festa.
Entre as comemorações destacam-se a Semana Santa, quando as procissões atraem muitas pessoas que acompanham, pelas principais ruas da cidade, os andores com imagens sacras muito valiosas.
As imagens ficam guardadas no Museu da Ordem Terceira do Carmo, que faz parte de um conjunto arquitetônico de grande valor artístico e histórico do século 18: O Convento e Igreja da Ordem Terceira do Carmo.
Em 1981, o conjunto sofreu uma grande reforma, que o adaptou para pousada e centro de convenções.
Em maio, acontece a festa do Divino e, em junho, sai às ruas a procissão de Corpus Christi.
No mesmo mês, a alegria do forró toma conta da cidade, com um dos mais autênticos São João do interior.
Durante a festa junina, a Feira do Porto dá um novo colorido à beira do rio Paraguaçu.
A culinária do Recôncavo é peculiar, baseada em pratos africanos, principalmente a moqueca, onde predominam o azeite de dendê e o camarão seco.
Da influência indígena destaca-se a maniçoba, um prato típico feito com folhas de mandioca e diversas carnes.
Os licores também são muito apreciados e na sede existem cerca de 25 fabricos de licor.
No dia 25 de junho é comemorada a data cívica da cidade, com homenagens aos heróis da Independência e, em agosto, a cidade recebe um grande número de turistas, atraídos pela festa de Nossa Senhora da Boa Morte, um documento vivo da cultura africana no Brasil.
A festa de Nossa Senhora da Boa Morte é um exemplo da força e influência marcante da religião africana, miscigenada às tradições católicas.
Os festejos acontecem sempre durante a primeira quinzena de agosto e atraem pelo mistério, transmitido de várias formas, tanto através da indumentária especial utilizada pelas “irmãs”, como também pelos rituais secretos que são realizados com muita devoção.
Em novembro, as homenagens são para Nossa Senhora da Ajuda, que também atrai muita gente.
Cachoeira também é terra de artistas, com destaque para a escultura em madeira.
Os atuais representantes deste tipo de arte são Louco Filho, Dory, Doidão e Fory.
Também é obrigatória uma visita ao Museu Hansen Bahia.
Lá estão quase 13 mil peças, entre cópias assinadas e não assinadas do gravador alemão Karl Heinz Hansen, que adotou a Bahia como sobrenome.
Além do museu, Hansen deixou uma Fundação, que funciona na sua Fazenda Santa Bárbara, em São Félix, e tanto o Museu como a sede da Fundação está em fase de reestruturação, incluindo a restauração de parte do acervo.

  

Fontes:
  1. 2.http://www.portalcandeias.com/content.php?idC=1722&tipo=Not%EDcias
  2. 3.http://cacaunascimento.blogspot.com.br/