Calvície: potencial cura é descoberta na Europa

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Por Bruno M.
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Fotos: PinIt e JeremyLucido

Cientistas da Espanha descobriram, por acidente, uma nova forma de fazer crescer cabelo, que poderá contribuir para a cura da calvície.
A descoberta também poderá regenerar tecidos, no combate ao envelhecimento e ao tratamento do câncer.
Pesquisadores do Centro Nacional de Investigação do Câncer de Espanha (CNIO), encontraram uma ligação inesperada entre o sistema de defesa do organismo e a regeneração da pele, associada ao trabalho de um tipo específico de células chamadas macrófagos.
 
Trata-se de células do sistema imunológico, responsáveis por “digerir” os patogénos (agentes infecciosos) que atacam o organismo.

Segundo descobriram os cientistas, elas conseguem também envolver e ativar as células da pele.
Com capacidade regenerativa e de se transformar em qualquer outro tecido, as células estaminais, incentivam entre outros processos o crescimento do cabelo.
 

“Descobrimos que os macrófagos, células cuja função principal é, tradicionalmente, o combate às infeções e a cicatrização de feridas, estão também envolvidos na ativação das células estaminais dos folículos capilares, em peles não inflamadas”, disse Mirna Perez-Moreno, uma das autoras do estudo publicado na revista científica PLOS One, na semana passada.  

Surpresa

A descoberta aconteceu enquanto Perez-Moreno e os colegas se dedicavam a uma outra investigação e foi desencadeada pelo fato de a cientista ter constatado que os ratinhos com os quais trabalhavam começaram a ganhar mais pêlo, quando  foram receberam remédios anti-inflamatórios.
 
Curiosos para compreender se a comunicação entre as células estaminais e imunológicas poderia justificar esta ocorrência, os investigadores do laboratório de Perez-Moreno começaram a procurar um papel no crescimento capilar em vários tipos de células envolvidas na defesa do organismo.
 
A equipe acabou descobrindo que, quando as células cutâneas estão “dormentes”, uma parte dos macrófagos morre naturalmente mas, tanto as células que morrem – como as que sobrevivem –  ativam as células estaminais ao seu redor, fazendo com que o cabelo volte a crescer. 
 
Além disso, quando os investigadores “trataram” os macrófagos com um remédio inibidor de uma das suas moléculas – as Wnts – eles observaram que a ativação do crescimento capilar sofreu uma desaceleração, o que demonstra a contribuição destas moléculas para o sucesso do processo. 
 
Embora o estudo tenha sido conduzido em modelos animais, Perez-Moreno e os colegas acreditam que a descoberta poderá facilitar o desenvolvimento de novas terapias para tratar a calvície em humanos, evitando a necessidade de transplantes capilares.

Com informações da PlosBiology e CienciaXplora
Matéria sugerida por Karen Gekker