Aprovado no MIT e Stanford é do Capão Redondo

Foto: Victor Moriyama/G1
Ele é do Capão Redondo, um dos bairros mais violentos e carentes de São Paulo.
Mas se esforçou, estudou e foi aceito no MIT – Instituto de Tecnologia de Massachusetts.
Em dezembro, Gustavo Torres da Silva, de 17 anos, já havia sido selecionado para a Universidade de Stanford, também nos EUA para cursar engenharia física.
Gustavo ainda não decidiu em qual universidade norte-americana vai estudar.
Ele pretende fazer engenharia elétrica e computação.
“MIT era um sonho antigo, desde quando soube da história de outro estudante aceito na universidade em 2010 (Marco Antonio Pedroso). Mas depois que conheci melhor outras faculdades, que também podem se adequar ao meu perfil, achei melhor esperar todos os resultados antes de tomar a decisão”, explica.
O jovem espera até o fim do mês as respostas dos pedidos para estudar em Harvard, Universidade da Pensilvânia, Duke e outras cinco instituições de ensino superior norte-americanas.
Ele tem até o dia 1º de maio para dar sua resposta ao MIT, mas o instituto já o convidou para conhecer a faculdade em abril. Além de Gustavo, outros três estudantes brasileiros foram aceitos pelo instituto.
Ajudando outros estudantes
Gustavo sempre gostou muito de estudar e de entender o funcionamento dos aparelhos eletrônicos que o pai trazia para casa. “Ele adorava desmontar tudo e montar de novo”, diz o pai, Adalberto Claro.
O menino era aluno da Escola Estadual Miguel Munhoz Filho.
Depois de um bom desempenho dele em uma olimpíada de matemática, Gustavo ganhou a indicação da professora para disputar uma bolsa do Ismart, instituto que apoia estudantes talentosos de baixa renda, que oferece bolsas em escolas particulares de São Paulo e do Rio de Janeiro.
“A gente identificava nele um aluno com potencial extraordinário, com muita vontade de crescer, sonho de grandeza”, destaca Inês França, gerente de Projetos do Ismart.
Durante todo o oitavo e nono anos do ensino fundamental, Gustavo ia para o Munhoz Filho à tarde e pela manhã fazia um curso preparatório do Colégio Santo Américo, uma escola particular na região do Morumbi, para se preparar para a transição da rede pública para a rede particular de ensino.
“A diferença de ensino era grande, era muito mais puxado, acordava 5h chegava 18h em casa”, conta.
A partir do ensino médio, tornou-se aluno bolsista do Santo Américo.
Ganhou também bolsa para estudar inglês, tudo pago pelo Ismart. Mas não esqueceu do Capão Redondo.
“Fui dar aulas na minha antiga escola aos sábados para alunos que também queriam ganhar esta bolsa de estudos.”
Com informações do G1