Professora é a 1ª surda a defender doutorado em SP

Foto: Stefhanie Piovezan/G1
Um caso de superação!
A professora Mariana de Lima Isaac Leandro Campos se tornou a primeira pessoa surda a defender o doutorado no Estado de São Paulo, segundo a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde ocorreu a banca, na semana passada.
Professora da disciplina “introdução à Língua Brasileira de Sinais” na universidade, Mariana defendeu a tese “O processo de ensino-aprendizagem de Libras por meio do Moodle da UAB-UFSCar” e contou com três bancas: uma de avaliadoras presenciais, uma virtual e outra de intérpretes. Ela foi aprovada.
“Me sinto aliviada e também sinto a responsabilidade como representante do povo surdo”, contou por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras). “É um momento de mostrar a capacidade do surdo, me sinto um modelo mostrando que é possível estudar”, disse ao G1.
Pesquisa
No estudo, foram analisadas as ferramentas disponibilizadas para o ensino da língua de sinais no ambiente virtual e como alunos, tutores e docentes dos cursos de pedagogia e educação musical a distância percebiam esse aprendizado.
Como conclusão, Mariana notou, entre outros pontos, que ferramentas como os chats precisam ser melhoradas, a necessidade de encontros presenciais dos alunos para o uso da Libras e também a importância de mais espaço para o ensino da língua junto aos futuros professores.
“Minha tese me deu muita segurança de entender esse aluno, agora posso voltar para o ambiente virtual e lutar para estender a carga horária da disciplina”.
Primeiros anos
A mãe de Mariana, a médica Myriam de Lima Isaac, contou que teve rubéola quando estava no primeiro mês da gestação e que a filha foi diagnosticada com perda profunda da audição quando completou oito meses de vida.
Na época, as cirurgias e aparelhos não estavam tão desenvolvidos e, com orientação da fonoaudióloga Regina Sampaio e do professor Mauro Spinelli, Myriam começou a buscar recursos para que Mariana aprendesse a se comunicar.
“Quando soube da perda, minha preocupação foi ‘o que vou fazer para que ela tenha um bom aprendizado?’”.
Ainda pequena, Mariana foi exposta à comunicação total, aprendeu português e Libras.
“Ela é bilíngue”, resumiu Myriam, contando que, na família, nem todos usam a língua de sinais. “Nos comunicamos por leitura orofacial e pela fala, ela não é muda”.
Nascida em Ribeirão Preto, a pesquisadora sempre estudou em escolas regulares – era a única estudante surda do colégio – e contou com a receptividade da direção e do corpo docente.
“A direção permitia que a fonoaudióloga fosse orientar os professores”, lembrou Myriam. “Isso é um fator muito importante, ela sempre foi incluída onde estudou e isso é fundamental”, completou a mãe, que não escondeu o orgulho do percurso.
“A defesa é o fechamento de uma jornada cheia de trabalho dela, de determinação, vontade, metas, disciplina. Tenho orgulho, é um avanço para a educação de outros surdos por mostrar que são capazes”.
Faculdade
Mariana é graduada em ciência da computação, mas optou por mudar de rumo. “Achava que ia ficar só no computador, mas estava enganada. Comecei a trabalhar e ter limitações, precisava falar, ficava muito tensa em reuniões. Pensava: ‘Como será? Como vou viver tensa?’. Aí comecei a migrar para a educação”, explicou.
Ela fez o mestrado em Santa Catarina, passou em um concurso em São Carlos e, desde então, viu o espaço para Libras na universidade crescer. “A língua foi reconhecida por lei em 2002”, explicou Diléia. Com isso, começaram a surgir cursos e oportunidades.
Mas ainda há muito a construir, segundo Mariana. “Estamos vivendo um momento político. Há grupos que apóiam o ensino bilíngue e grupos a favor da inclusão, são abordagens diferentes. É importante ter o bilíngue e depois, a partir do 5º ano do ensino fundamental, ter o ensino regular. Gostaria muito que fosse assim, a criança precisa.
Com informações do G1

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